Você já entrou em um prédio e percebeu que, depois do 12º andar, vem direto o 14º?
Em muitos lugares do mundo, especialmente nos Estados Unidos, é comum notar que diversos edifícios residenciais e comerciais simplesmente pulam o 13º andar.
Essa peculiaridade arquitetônica desperta curiosidade e questionamentos, mas sua origem está ligada a uma superstição profundamente enraizada na cultura ocidental, que tem até nome: triscaidecafobia.
Por que não existe o 13º andar em prédios dos EUA?

O 13 é considerado um símbolo de azar, razão pela qual alguns prédios não possuem esse número em seus andares. Foto: Reprodução / Pexels
Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que não há uma lei ou regulamentação que proíba a existência do 13º andar em prédios nos Estados Unidos.
A ausência desse número em muitos edifícios, especialmente hotéis e hospitais, é resultado da superstição que leva construtores e proprietários a simplesmente pularem do 12º para o 14º andar, na tentativa de evitar associações com a má sorte.
Essa prática é impulsionada principalmente pela preocupação com a percepção do público. Ao omiti-lo, os desenvolvedores buscam garantir que o imóvel seja visto como um local seguro e acolhedor, livre de qualquer conotação negativa.
Quando essa tradição teve início?
A omissão do 13º andar em edifícios norte-americanos pode ter uma ligação inusitada com o mercado de seguros.
O primeiro arranha-céu moderno, o Home Insurance Building, construído em Chicago em 1885, servia como sede de uma seguradora e, curiosamente, não possuía o 13º andar.
Embora não haja registros oficiais que expliquem a razão dessa ausência no projeto, especula-se que a superstição em torno do número 13 já influenciava decisões arquitetônicas desde o século XIX.
Empresas como a Otis Elevator Company relatam que a maioria dos elevadores em edifícios modernos simplesmente ignora o 13º andar, substituindo-o por designações como “12A” ou pulando direto para o 14º.
No entanto, nem todos seguem essa tradição: o Flatiron Building, por exemplo, manteve o 13º andar em sua estrutura, provando que alguns desafiam as convenções.
O que significa o número 13?
O número 13 marcou a história da humanidade por estar ligado a símbolos e eventos negativos que reforçaram sua fama de ‘azarado’, como:
Morte no tarô
No universo do Tarô, o Arcano 13 é frequentemente representado pela Morte, muitas vezes ilustrada por um esqueleto. No entanto, essa carta não prevê o fim da vida física.
Em vez disso, simboliza o término de ciclos ou situações que não servem mais, indicando a necessidade de mudanças drásticas ou a tomada de decisões importantes para seguir em frente. É um convite à transformação e renovação.
A Última Ceia
Na tradição cristã, o número 13 carrega o estigma da traição. A Última Ceia, onde Jesus se reuniu com seus 12 apóstolos, totalizou 13 pessoas à mesa.
Judas Iscariotes, o décimo terceiro participante, foi o responsável por trair Jesus, consolidando a ideia de que o número está ligado a infortúnios e deslealdade.
O Código de Hamurábi e o 13º artigo
Um dos mais antigos códigos de leis, o Código de Hamurábi, é notório pela suposta ausência de um décimo terceiro artigo. Alguns acreditam que essa omissão foi intencional, refletindo uma aversão ao número na antiga Babilônia.
Embora historiadores sugiram que a ausência possa ter sido um erro de tradução, o mito da exclusão do 13 persiste, adicionando mais uma camada de mistério ao número.
A sexta-feira 13 e os Cavaleiros Templários
A superstição em torno da sexta-feira 13 pode ter raízes medievais. Em 1307, o rei Filipe IV da França ordenou a prisão e posterior execução de centenas de Cavaleiros Templários em uma sexta-feira 13. Desde então, essa data é amplamente associada à má sorte e a eventos negativos.
O 13 no livro do Apocalipse
No livro bíblico do Apocalipse, o capítulo 13 descreve a aparição do Anticristo e da Besta, figuras que representam o mal e o fim dos tempos.
Nesse contexto sombrio, o número 13 é reiteradamente associado a eventos apocalípticos e à escuridão, reforçando sua fama de presságio de perigo e destruição.
O número 13 não é universalmente temido
Por fim, é importante notar que, apesar das associações negativas em muitas culturas, o número 13 não é universalmente temido.
Para os maias, simbolizava transformação e conexão com o divino, enquanto no judaísmo é visto como um número sagrado e auspicioso.
Essa dualidade mostra que a interpretação do 13 depende muito do contexto cultural, provando que, para alguns povos, ele não só traz sorte, como também carrega um profundo significado de esperança, positividade e espiritualidade.