Por que é mais fácil rasgar um papel quando ele está molhado?

Você já se perguntou por que é tão fácil rasgar um papel molhado? Entenda a explicação por trás disso.

Faça o experimento em casa: junte um monte de papéis usados, empilhe-os e tente rasgá-los pela metade. Caso você não seja estranhamente forte, conseguir esse feito pode ser difícil. Mas e se eles estiverem molhados?

Ao tentar fazer a mesma coisa após colocar a pilha dentro de um balde de água, deixando que eles absorvam o líquido por um tempo, o resultado será bem diferente. O motivo, porém, não é de conhecimento geral.

Afinal, por que o papel se torna tão fraco após ser molhado? Qual seria a explicação científica por trás disso? Para entender mais sobre o assunto, confira abaixo por que é mais fácil rasgar um papel quando ele está molhado.

Por que é mais fácil rasgar um papel que está molhado?

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Você já deve ter ouvido algumas vezes que o gasto de papel é prejudicial à natureza, já que as árvores são cortadas apenas para fazê-los. Essencialmente, esta informação está correta: existe muita madeira em sua composição.

A madeira é, na verdade, uma substância heterogênea. Enquanto cerca de 50% dela é composta de microfibras de celulose e 25% é de hemicelulose, ambas são ligadas por uma cola natural, chamada de lignina.

Assim, para fazer papel por meio da madeira, primeiro é necessário transformar o tronco cru em uma espécie de polpa: uma mistura de fibras de celulose, água, lignina e alguns outros químicos.

Feita a polpa, o material então passa por uma série de processos adicionais até chegar ao formato de papel conhecido por todos.

Questões químicas

A celulose sempre aparece em uma série de discussões a respeito do algodão, da madeira, do cânhamo e de outros materiais semelhantes. Ela é o polímero orgânico mais abundante do planeta.

Sua estrutura química, por sua vez, que é o constituinte mais importante do papel e o deixa rígido quando seco, é extremamente frágil quando molhada.

Assim, ao adicionar água ao papel, ocorre uma mudança drástica na habilidade de sua composição de permanecer firme, comprometendo sua força de forma severa.

Como a celulose é hidrofílica, ou seja, que gosta ou absorve facilmente a água, ela tende a dissolver nela. Ao juntar os dois, as ligações de hidrogênio que mantém as fibras de celulose começam a despedaçar.

O motivo é o fato de que as moléculas de água consistem em átomos de oxigênio e hidrogênio, que formam ligações de hidrogênio com as fibras de celulose, e então efetivamente enfraquecendo suas próprias ligações com o elemento no processo.

Por fim, é possível afirmar que, ao molhar um papel, a ação leva ao enfraquecimento das ligações de fibra do material, o que resulta em um equilíbrio precário de fibra e água.

O efeito da água no papel é tão dramático que sua força é perdida quase que completamente, o que faz com que seja possível rasgar enormes pilhas do material sem esforço.

Inclusive, o papel fica tão fraco que pode até mesmo se desintegrar sozinho, o que pode ser desastroso em determinados casos, como o dinheiro.

Aliás, da próxima vez que alguém afirmar que "dinheiro não nasce em árvore", a informação poderá ser refutada — tecnicamente, talvez.