Por que “cor-de-rosa” tem hífen – e cor de laranja não?

"Cor-de-rosa com hífen" e "cor de laranja" sem hífen são exemplos de como as regras ortográficas da língua portuguesa podem ter suas exceções.

Uma das dúvidas mais comuns na língua portuguesa é quanto ao uso do hífen em algumas expressões de cores.

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Cor-de-rosa” é uma das que carrega o hífen, enquanto “cor de laranja” não. Mas por que existe essa diferença? Continue lendo e entenda a seguir.

Por que “cor-de-rosa” tem hífen e “cor de laranja” não?

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O acordo ortográfico vigente estabelece que a expressão “cor-de-rosa” deve ser grafada com hífen, enquanto “cor de laranja” não leva hífen.

Isso ocorre porque “cor-de-rosa” é uma exceção consagrada pelo uso e está registrada como tal no vocabulário ortográfico da Academia Brasileira de Letras.

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Por outro lado, locuções como “cor de laranja” seguem a regra geral de não usar hífen em locuções de qualquer natureza, como substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais.

Portanto, apenas “cor-de-rosa” é escrita com hífen, enquanto todas as outras cores formadas por locuções são escritas sem hífen, como cor de laranja, cor de vinho, cor de pêssego, etc.

Exemplos de frases com “cor-de-rosa”

O termo cor-de-rosa pode ser usado tanto como adjetivo quanto como substantivo.

Como adjetivo, ele é invariável em gênero e número, aplicando-se tanto ao singular quanto ao plural, e ao masculino quanto ao feminino.

Já como substantivo, cor-de-rosa é considerado masculino e invariável em número, ou seja, não muda no plural, embora alguns dicionários aceitem a flexão. Veja exemplos de frases abaixo:

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  • As flores cor-de-rosa enfeitavam todo o jardim;
  • Ela usava um vestido cor-de-rosa para a festa;
  • O céu estava com tons cor-de-rosa ao amanhecer;
  • O quarto da menina estava decorado com tons cor-de-rosa;
  • O flamingo exibia suas penas cor-de-rosa no lago;
  • A paisagem primaveril era salpicada de flores cor-de-rosa;
  • O pôr do sol pintou o horizonte com tons laranja e cor-de-rosa;
  • Ela escreveu uma carta com tinta cor-de-rosa;
  • Os doces na mesa tinham uma embalagem cor-de-rosa brilhante;
  • Estes tons cor-de-rosa são muito brilhantes;
  • Este tom cor-de-rosa é muito vívido.

Explicação semântica

A diferenciação entre “cor-de-rosa” e “cor de laranja” gera debates entre acadêmicos, alguns dos quais questionam a lógica por trás da consagração do uso de hífen em “cor-de-rosa”.

Adicionalmente, existe uma justificativa semântica para essa distinção: a expressão “cor-de-rosa” refere-se a uma cor específica, não afetada pela variação de cores das rosas.

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Em contraste, “cor de laranja” descreve a cor característica das laranjas, que pode apresentar variações de tonalidade.

Também é válido mencionar que, conforme o vocabulário ortográfico disponível no Portal de Língua Portuguesa, há “cor-de-rosa” grafado com hífen, e “cor de rosa” sem hífen.

Cuidado ao generalizar

Como vimos acima, a reforma ortográfica eliminou o hífen em compostos de três ou mais palavras unidas por pronome, preposição ou conjunção, como “pé de moleque”, “dor de cotovelo”, “mula sem cabeça”, “mão de obra” e “testa de ferro”, mas fez exceções para algumas expressões, incluindo “cor-de-rosa”, “mais-que-perfeito”, “água-de-colônia” e outras.

Nesse sentido, é importante tomar cuidado com a generalização. Nos casos em que os termos são relacionados aos reinos animal ou vegetal, as regras anteriores são descartadas.

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O hífen é preservado, como demonstram exemplos como “louva-a-deus”, “porquinho-da-índia”, “bem-te-vi”, “couve-flor”, “pimenta-do-reino” e “copo-de-leite”.

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