Por que as pessoas estão preferindo morar sozinhas?

O crescimento populacional está modificando as tendências de consumo, habitação e comunicação. Nesse cenário, as pessoas estão preferindo morar sozinhas como resultado de uma série de mudanças na forma com que se relacionam com o mundo.

Antigamente, as pessoas conseguiam sair da casa de suas famílias a partir dos 30 anos de idade, quando construíam suas famílias ou decidiam se casar. No geral, essa ação era motivada por vários aspectos, como altos custos de vida, dificuldade para encontrar habitação, instabilidade no mercado de trabalho e afins. Porém, as pessoas estão preferindo morar sozinhas cada vez mais cedo.

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De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem quase 10,8 milhões de brasileiros morando sozinhos no país, o que representa 15% do total de domicílios no país. Neste sentido, estima-se que houve um crescimento de 43,7% nos últimos dez anos. Saiba mais a seguir:

Entenda por que as pessoas estão preferindo morar sozinhas

De acordo com os especialistas, as pessoas estão preferindo morar sozinhas porque não conseguem se ver dentro dos padrões da coletividade e optam pelo isolamento para preservar a saúde mental e social. Entretanto, esse fenômeno está associado com a falta de políticas públicas para a promoção da integração na sociedade, uma vez que as pessoas estão cada vez mais individualistas.

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Contudo, existem outros motivos que geram esse tipo de escolha. Com base no estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojista (CNDL), as pessoas estão optando cada vez mais pela privacidade. Desse modo, 41% dos brasileiros pretendem continuar morando sozinhas, pois descartam a possibilidade de dividir a casa com outras pessoas.

A visão dos entrevistados apresentou que as principais vantagens são a privacidade (50%), a não obrigatoriedade de dar satisfação da própria vida para outras pessoas na mesma casa (37%), a liberdade para realizar as atividades diárias por conta própria e sem interferência (30%). Ademais, foi citado a tranquilidade de receber visitas quando quiser e a valorização da própria companhia.

Apesar disso, a maioria das pessoas que moram sozinha não tomaram essa decisão por conta própria, pois é mais uma consequência do que uma escolha. Desse modo, passaram a viver nesse estado de habitação por conta da morte do cônjuge, separação ou divórcio, saída dos filhos de casa ou mudança d e localidade por conta do emprego.

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Acima de tudo, os pontos mais importantes dessa decisão estão pautados na independência, sensação de liberdade e o conforto obtido na ordem pessoal. Porém, os especialistas apontam que o crescimento nas chamadas famílias unipessoais está associado com a transição demográfica, queda nas taxas de fecundidade e aumento da expectativa de vida.

Como consequência, existem fatores sociais e culturais em curso. Como exemplo pode-se citar o crescimento no número de divórcios, o início da vida universitária dos filhos cada vez mais cedo e a redução no número de matrimônios no país.

Quais são os maiores desafios?

Os entrevistados revelaram que os maiores desafios dessa decisão estão associados com a solidão, a gestão de todos os custos e gastos por conta própria, a sensação de tristeza e abandono, mas também o isolamento constante. Ainda que seja uma forma de garantir a privacidade e a liberdade, pode estimular um afastamento das relações sociais.

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Por sua vez, as desvantagens estão associadas à falta de suporte em momentos de adoecimento ou emergências, falta de companhia para conversar e o medo de sofrer alguma violência como assalto. Porém, essas desvantagens variam de acordo com o poder aquisitivo, região que a pessoa está morando e rotina fora de casa.

Dessa forma, os psicólogos e especialistas da área de saúde mental indicam que o movimento de morar sozinho acompanhe uma continuidade da socialização. Ou seja, mais do que manter-se em sua caverna, é importante considerar a continuidade da rotina de trabalho ou estudos, pois permite manter as relações sociais.

Como consequência, evita-se um isolamento que seja prejudicial para o indivíduo, estimulando uma adequação aos parâmetros de coletividade e um trabalho de desenvolvimento pessoal. Em resumo, a decisão de morar sozinha ou o início desse estilo de habitação se torna saudável quando aliadas com práticas de qualidade de vida.

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