Por que as pessoas acordam mais cedo à medida que envelhecem?

Alterações no sono são normais, conforme envelhecemos, e, embora nem sempre possamos controlá-las, hábitos saudáveis podem ajudar a melhorar o descanso.

Você já se perguntou por que as pessoas mais velhas acordam mais cedo? À medida que envelhecemos, este comportamento curioso não é simplesmente um hábito, mas a consequência de complexas alterações biológicas e psicológicas que acompanham a idade.

Em outras palavras, diversas causas contribuem para isso, e especialistas estão em busca de entender essas mudanças com mais profundidade.

Por que acordamos mais cedo à medida que envelhecemos?

Pesquisadores descobriram que a qualidade do sono diminui gradualmente com a idade.

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Comparados com adultos mais jovens, idosos têm maior probabilidade de levar mais tempo para adormecer, acordar com mais frequência durante a noite e passar mais tempo cochilando durante o dia.

Desse modo, o despertar precoce que ocorre com o passar dos anos pode ser atribuído a uma série de elementos biológicos e fisiológicos, que, em conjunto com alterações no estilo de vida e práticas de saúde, explicam essa tendência:

Variações nos ritmos circadianos

Estes são ciclos biológicos que duram cerca de 24 horas e são responsáveis por regular vários processos fisiológicos, incluindo o ciclo de sono e vigília.

À medida que envelhecemos, esses ritmos geralmente se adiantam, um fenômeno chamado de "fase avançada do ritmo circadiano". Como resultado, pessoas mais velhas costumam sentir sono mais cedo à noite e despertar mais cedo pela manhã.

Transformações na arquitetura do sono

Com o avanço da idade, a configuração do sono muda significativamente. Há uma redução nas fases de sono profundo, particularmente na fase N3, o que pode resultar em um sono mais leve e interrompido.

A fase REM, conhecida pelos sonhos intensos, também diminui em idosos, o que contribui para um sono menos contínuo e mais propenso a ser interrompido, levando a acordar cerdo.

Decréscimo na produção de melatonina

A melatonina é um hormônio é essencial para a regulação do sono. Com o envelhecimento, há uma diminuição na sua produção, o que pode causar dificuldades para dormir à noite e resultar em acordar mais cedo.

Aumento da sensibilidade a estímulos ambientais

Pessoas idosas geralmente têm um sono mais frágil e são mais suscetíveis a perturbações causadas por elementos como barulho ou luz, o que pode acordá-las com mais facilidade.

Efeitos de condições médicas e medicamentos

A prevalência de problemas de saúde que impactam o sono, como dor crônica, apneia do sono e doença do refluxo gastroesofágico, tende a aumentar com a idade.

Além disso, certos remédios frequentemente prescritos para idosos também podem interferir nos padrões de sono.

Alterações na rotina diária e estilo de vida

Por fim, mudanças habituais que acompanham o envelhecimento, como menos exercício físico ou aposentadoria, podem reduzir a necessidade de recuperação proporcionada pelo sono, afetando assim os hábitos de sono.

Como melhorar a qualidade do sono?

Como você leu anteriormente, ao atingir a idade adulta, mudanças no padrão de sono são inevitáveis devido aos fatores biológicos e orgânicos. No entanto, certos hábitos podem contribuir para melhorar o descanso e o bem-estar geral.

Um desses hábitos é a dieta equilibrada combinada com atividade física regular. De acordo com uma pesquisa recente publicada na revista National Library of Medicine, realizar pelo menos 40 minutos de exercício aeróbico quatro vezes por semana pode ajudar os idosos a pegar no sono mais rapidamente e a manter o sono por períodos mais longos.

Em relação às mulheres, a dificuldade para dormir é menos frequente antes da menopausa, mas pode se tornar mais comum após essa fase.

Com o avanço da idade, a necessidade de períodos prolongados de descanso diminui, e muitos idosos conseguem dormir satisfatoriamente, despertando no momento adequado sem a necessidade de permanecer na cama para estender o tempo de sono.