Sinônimo de luxo e grandiosidade, o Titanic ficou conhecido por sua trágica e misteriosa viagem. Em 1912, o navio afundou no Oceano Atlântico após colidir com um iceberg, resultando na morte de 1,5 mil pessoas.
Entre os pertences e objetos encontrados no fundo do mar, anos após o acidente, um dos que mais chamam a atenção são as garrafas de champanhe, surpreendentemente intactas.
Apesar de estarem submersas a mais de 3.800 metros de profundidade, onde a pressão da água é extremamente alta, elas resistiram sem quebrar.
Mas como isso é possível? A resposta está na física por trás da fabricação e do armazenamento da bebida.
Por que as garrafas de champanhe não implodiram?
Em primeiro lugar, um objeto implode quando a diferença de pressão entre o lado de fora e o de dentro é tão grande que a única forma de equilibrá-la é explodindo.
Foi isso que ocorreu com o Titanic. E também com algumas estruturas do navio. No entanto, algumas garrafas de champanhe foram achadas em ótimo estado para as condições que enfrentaram.
Inicialmente, acreditava-se que o gás carbônico responsável pela efervescência desta bebida fosse o motivo. Quem já abriu uma garrafa de champanhe sabe a pressão que existe.
Contudo, os itens do transatlântico afundaram a uma profundidade onde a pressão é muito maior do que isso. O gás carbônico pode ter ajudado na sua conservação, mas não é o único fator.
O gás carbônico pode ter contribuído?
Antes de falar sobre a preservação do champanhe do Titanic, vale a pena revisar a sua origem. Na verdade, este é um vinho fermentado duas vezes.
A sua criação é atribuída ao monge beneditino Dom Pierre Pérignon, que no século XVII resolveu cuidar da colheita na vinícola da sua abadia.
O método em questão consiste em uma primeira fermentação, com a qual se obtém o vinho branco, e uma segunda fermentação com o mesmo já engarrafado.
Assim, é produzido o álcool, mas também o gás carbônico que dá ao champanhe sua bolha característica.
Para que mais gás carbônico se dissolva no champanhe, é preciso aumentar a pressão no espaço entre a bebida e a rolha. Isso inicialmente representou um problema, pois as garrafas estouravam.
Por este motivo, dizem que Dom Pérignon foi testando vários tipos de vidro, até achar um que fosse muito resistente.
Ele também observou as rolhas que fechavam as garrafas dos monges e achou que era uma boa maneira de conter toda aquela pressão. E isso pode ser a resposta para o mistério das garrafas do Titanic.
O que evitou que as garrafas se estilhaçassem?
Embora possa haver variações de uma garrafa para outra, aproximadamente todas têm uma pressão de 6 bar em seu interior.
Esta é mais ou menos a pressão alcançada a 50 metros de profundidade. Há garrafas de champanhe de outros naufrágios que sobreviveram totalmente intactas nessa profundidade.
Mas o Titanic ficou a 3 quilômetros abaixo da superfície do mar. Não seria suficiente igualar a pressão dentro e fora da garrafa, então foram especulados outros motivos.
Diante disso, sem estudos científicos sobre o tema, alguns fãs da história fizeram suas pesquisas e chegaram à hipótese mais provável: a água entrou pela rolha das garrafas e as manteve completamente intactas.