Por que alguns físicos acreditam que estamos vivendo num buraco negro?

Entenda um pouco a respeito das teorias de que a humanidade estaria dentro de um enorme buraco negro.

Os buracos negros sempre foram fonte de curiosidade de muitos, especialmente pelo fato de serem capazes de desmantelar qualquer que seja o entendimento de Física que a maioria tem. 

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De modo que seja possível dar sentido a alguns dos paradoxos descobertos ao estudá-los, alguns físicos já chegaram a propor hipóteses interessantes, como a de que os seres humanos vivem em um universo holográfico, onde tudo é uma representação 3D de um universo bidimensional.

Contudo, outros já foram ainda mais longe, sugerindo que o universo que conhecemos está, na verdade, dentro do buraco negro de um universo ainda maior. Mas por que eles acreditam nisso? Entenda melhor abaixo.

Estaria a humanidade vivendo dentro de um buraco negro?

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Os buracos negros são fenômenos formados principalmente por conta do colapso gravitacional das estrelas. Eles são áreas do espaço onde a gravidade é tão forte que nem mesmo a luz é capaz de escapar.

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De acordo com um novo estudo, assinado por pesquisadores da Universidade Nacional da Austrália (UNA) e publicado no American Journal of Physics, existe a possibilidade de todo o universo observável, o que inclui a Terra, ser na verdade um enorme buraco negro.

Para Charley Lineweaver, autor do estudo e pesquisador da Escola de Astronomia e Astrofísica da UNA, o objetivo da teoria era entender de onde teriam vindo todos os objetos do universo.

Ele afirma que, quando o universo começou, 13,8 bilhões de anos atrás em um fervente big bang, ainda não existiam objetos como prótons, átomos, planetas, estrelas, galáxias ou, é claro, pessoas. Contudo, agora ele está cheio deles.

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De certa forma, a resposta mais simples para sua origem é que, à medida que o universo ia esfriando, todos os objetos se condensavam a partir de um fundo quente.

Explicação da teoria

De modo que fosse possível exemplificar esse processo, os pesquisadores fizeram dois gráficos: o primeiro mostra a temperatura e a densidade do universo à medida que ele se expandia e esfriava.

Já o segundo oferece uma base da massa e do tamanho de todos os objetos do universo.

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Ao fazer esses cálculos, o projeto levantou algumas questões interessantes.

De acordo com Vihan Patel, coautor do estudo, partes do gráfico mostraram uma região “proibida”, onde os objetos não poderiam ser mais densos que os buracos negros, ou são pequenos o suficiente para que a mecânica quântica confunda a própria natureza do significado de um objeto singular.

Além disso, os limites dos gráficos e o que está além deles também seria um grande mistério. Na extremidade menor, onde a mecânica quântica e a relatividade se encontram, o lugar é o menor objeto possível, um instanton.

Logo, o gráfico sugere que o universo pode ter começado como um instanton, com tamanho e massa específicos. Isso difere ele de uma singularidade, que é um ponto de densidade e temperatura infinitas.

Basicamente, o gráfico sugere que, se não houvesse nada, ou seja, um vácuo completo além do universo observável, o mundo que conhecemos seria um enorme buraco negro de baixa densidade.

Outras teorias

A probabilidade da Terra e do restante do universo estar dentro de um buraco negro ainda é pequena. De acordo com um artigo da Live Science, se o mundo realmente estivesse dentro de um, ele teria que ser gigantesco.

Além disso, existiriam assinaturas observáveis do giro do buraco, bem como as sutis distorções causadas pela gravidade extrema, como o tempo ficando mais lento e a matéria esticando, enquanto as pessoas se movem dentro do fenômeno.

Seja como for, ainda não é necessário entrar em pânico, muito menos ter uma crise existencial. As teorias não são nada além de teorias, mas são uma forma de entender, mesmo que um pouco, o que somos e para onde poderíamos ir.

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