A língua portuguesa é repleta de particularidades e muitas vezes nos coloca diante de questionamentos intrigantes. Por exemplo, você sabe por que “ajudá-lo” tem acento, mas “dividi-lo” não, concurseiro?
Nem todo mundo sabe por que algumas formas verbais carregam acento e outras não. Por isso, elaboramos esta matéria que vai mostrar por que “ajudá-lo” tem acento, mas “dividi-lo” não.
Embarque conosco nesta jornada do conhecimento para desvendar os mistérios por trás da acentuação verbal. Afinal, o concurseiro que deseja fazer uma redação nota 10 não pode ter essa dúvida. Confira.
Por que “ajudá-lo” tem acento, mas “dividi-lo” não?
Na língua portuguesa, as palavras oxítonas recebem acento agudo ou circunflexo se terminarem em “o”, “e”, ou “a”. Por exemplo: compô-la, recebê-lo, procurá-la, ajudá-lo.
Entretanto, as palavras terminadas em “i” e “u” não devem ser acentuadas. Por exemplo: dividi-lo, adquiri-lo, servi-lo. Mas é válido destacar que o acento agudo deve ser empregado se as vogais “i” e “u” formarem hiato com a vogal anterior.
Por exemplo: atraí-las, possuí-lo e construí-lo. Entendeu, concurseiro?
Acentuação em formas verbais oxítonas
Agora que está esclarecido por que “ajudá-lo” tem acento, mas “dividi-lo” não, certas formas verbais oxítonas devem ser acentuadas quando são conjugadas com pronomes oblíquos átonos em ênclise. Por exemplo: fazê-lo, perdê-la, abraçá-la, comê-lo.
A regra de acentuação destas formas verbais é a mesma das palavras oxítonas, ou seja, são acentuadas aquelas que terminam em á, é, ó. Veja os exemplos abaixo, concurseiro:
Formas verbais terminadas em -a:
- amá-lo;
- chamá-lo;
- conservá-lo;
- escutá-lo;
- prepará-lo;
- admirá-lo;
- acariciá-lo;
- esperá-lo.
Terminadas em -e:
- comê-lo;
- vendê-lo;
- aprendê-lo;
- fazê-lo;
- dizê-lo;
- bebê-lo;
- escrevê-lo;
- temê-lo.
Terminadas em -o:
- pô-lo;
- supô-lo;
- repô-lo;
- compô-lo;
- dispô-lo;
- transpô-lo;
- pressupô-lo.
Formas verbais oxítonas sem acento gráfico
Palavras terminadas nas vogais tônicas “i” e “u” não recebem nenhuma acentuação gráfica, segundo a norma culta. Em nosso idioma não existem formas verbais terminadas com a vogal “u”.
As que terminam em “i” e estão em uma sílaba com uma consoante não devem ser acentuadas. No entanto, as formas verbais em que a vogal “i” faz parte de um hiato precisam ser acentuadas. Exemplos:
Formas verbais terminadas em “i” não acentuadas:
- dividi-lo;
- parti-lo;
- garanti-lo;
- ouvi-lo;
- adquiri-lo;
- abri-lo;
- imprimi-lo;
- traduzi-lo.
Formas verbais terminadas em “i” com hiato que são acentuadas:
- possuí-lo;
- atribuí-lo;
- concluí-lo;
- substituí-lo;
- atraí-lo;
- distribuí-lo;
- contraí-lo;
- distraí-lo.
Ênclise e os pronomes oblíquos átonos
Pronomes oblíquos átonos como “o”, “a”, “os”, “as” se tornam objeto direto na oração, variando para “lo”, “la”, “los”, “las”, “no”, “na”, “nos”, “nas” de acordo com o verbo em questão.
Sua colocação pode ocorrer antes do verbo em próclise, no meio do verbo em mesóclise ou após o verbo em ênclise. Embora a próclise seja mais comum entre os falantes da língua portuguesa, a ênclise é a forma básica de colocação pronominal.
Ela é obrigatória em diversas situações, como em frases que começam com verbos, orações no tempo imperativo afirmativo e em casos de gerundismo ou infinitivo.