As canetas são um item de uso essencial. Diariamente, milhares delas são vendidas ao redor do globo, e encontrar uma ou outra perdida por gavetas e bolsas é uma ocorrência comum na vida da maioria das pessoas. Onde quer que você vá, avistar uma mastigada, quebrada ou sem tampa é algo mais do que provável, mas existem detalhes desse item tão famoso que poucos conhecem: é o caso do furo localizado do lado da caneta.
Na correria do dia a dia, uma série de sacadas científicas mais do que brilhantes passam despercebidas por muitos. Nesse sentido, citar a caneta Bic é ideal, visto que ela possui alguns furos considerados misteriosos, mas que na verdade a tornam mais funcional do que já são.
Hoje, além de entender os motivos que justificam os buraquinhos na lateral das canetas do tipo Bic, você também vai conferir algumas curiosidades interessantes a respeito das canetas. Continue a leitura!
Por que a caneta tem um furo do lado?
A motivação para criar a caneta esferográfica veio do jornalista László Bíró, um homem cansado de encher suas canetas tinteiro e precisar esperar que a tinta secasse após a escrita. A ideia para a invenção, por sua vez, veio no dia em que viu uma bola rolar sobre uma poça d’água, após deixar um rastro de água por onde passava. A partir da cena, Bíró então se reuniu com o irmão, György, que era químico, de modo que pudessem inventar uma versão viável do objeto.
Foi em 1938 que os irmãos patentearam o design da caneta que trazia como diferencial a pequena bolinha na ponta, que rolava e liberava a tinta no cartucho. Mesmo que já houvessem versões anteriores de canetas esferográficas, a maioria não fazia sucesso por conta de falhas como vazamentos, má distribuição de tinta e ressecamento.
Dois anos depois da criação, László e György licenciaram o design para fabricantes dos Estados Unidos e Inglaterra e, em pouco tempo, a história das canetas que posteriormente seriam conhecidas como Bic começou a ser escrita.
É a partir de então que entra o fabricante de canetas Marcel Bich que, em 1950, lançou sua primeira versão sob licença dos irmãos Bíró. O nome para o produto veio do próprio sobrenome, e disso surgiu a Bic Cristal. Mais algumas falhas que o design apresentava foram resolvidas na sequência, dando início à produção em massa e de baixo custo da Bic.
De modo que fosse possível controlar o fluxo de tinta, Bich investiu em tecnologia suíça, em busca de uma esfera que permitisse que a tinta corresse de forma livre. A viscosidade do produto foi alterada para evitar vazamentos e ressecamentos, e foi nesse momento que surgiu o enigmático furinho na lateral da caneta.
Explicação científica
Apesar de parecer inútil, o furo presente nas canetas Bic serve para igualar a pressão atmosférica dentro e fora do material. Sem ele, não seria possível utilizar a caneta no topo de um prédio muito alto ou dentro de um avião, por exemplo. Afinal, a diferença na pressão faria com que a caneta estourasse, o que não resultaria em nada além de sujeira.
Por tal motivo, muitos pilotos britânicos e americanos utilizaram as canetas esferográficas com maior frequência durante a Segunda Guerra Mundial. Esse era o único objeto com que se podia escrever com segurança dentro de aviões, algo que também ajudou a popularizar o produto.
De acordo com a Bic, atualmente, cerca de 90% das canetas possuem esse recurso para evitar vazamentos. Quanto ao outro furo misterioso, presente na tampa da caneta, seu objetivo não é melhorar o funcionamento do objeto, mas sim aumentar a segurança de quem o utiliza: a abertura impede que quem engolir a tampa sufoque com a peça, visto que o furo permite a passagem de ar.