Não é nenhuma novidade que a Copa do Mundo do Catar 2022 tem sido uma das mais avançadas em termos de tecnologia, e a Al Rihla, bola oficial da competição, é o exemplo mais claro disso. O objeto causou alvoroço na redes sociais quando apareceu plugado na tomada antes das partidas.
Longe dos comentários engraçados que a fotografia gerou, a verdade é que os motivos pelos quais a bola do maior torneio de futebol apareceu carregando estão dentro desses atributos tecnológicos do Mundial no Catar.
Como funciona a bola inteligente Al Rihla?
Essa bola conta com uma tecnologia para que os juízes deem uma arbitragem mais precisa, por meio de informações detalhadas e do uso do VAR (Video Assistant Referees ou Árbitros Assistentes de Vídeo, na tradução livre). Além disso, também possui características que, em tese, favorecem os jogadores. Assim, ela possui dois sensores dentro dela chamados UWB e IMU.
O primeiro deles é projetado para medir a localização exata da bola em relação ao campo em todos os momentos. As informações coletadas por esse sensor são enviadas em tempo real para que o corpo de arbitragem saiba automaticamente se a bola saiu da área de jogo.
Enquanto o segundo é um sensor inercial que mede a velocidade, a orientação e as forças aplicadas à bola. Assim como no caso do outro sensor, essas informações também são enviadas em tempo real para os responsáveis pelo jogo.
Alguns especialistas disseram que o uso conjunto de ambos os sensores permite que a bola rastreie sua localização até 500 vezes por segundo e informe qual jogador está no controle.
Portanto, a bola inteligente Al Rihla serve para analisar melhor as jogadas e tudo o que acontece em campo, permitindo às equipes competidoras disputar um jogo mais “justo” e ágil.
Por que a bola precisa ser recarregada?
Como todos esses dados são coletados e enviados pela bola ao corpo de arbitragem, a bola precisa ter uma pequena bateria interna que permita seu funcionamento durante toda a partida.
É por isso que cada uma das bolas a serem utilizadas durante as partidas devem ser pré-carregadas, de forma que possam funcionar sem problemas durante o jogo e assim enviar os dados detectados por seus sensores.
Apesar de ter todos esses gadgets dentro da Al Rihla, os jogadores que disputam a Copa do Mundo da FIFA dizem que é uma das bolas mais leves que já tiveram a chance de jogar.
O microchip da bola Adidas pesa apenas 14 gramas e é projetado pela empresa Kinexon. Portanto, essa tecnologia é imperceptível para os atletas e não afeta em nada seu desempenho.
O sensor é alimentado por uma bateria recarregável, que pode ser carregada por indução. A bateria pode durar cerca de 7 horas em jogo a 18 horas em repouso.
E o que acontece quando a bola sai de campo ou vai para a arquibancada e é preciso recolocá-la? Absolutamente nada! A Kinexon tem esta situação sob controle e a atualização para a nova bola é automática, sem necessidade de intervenção humana.
Outras tecnologias na Copa do Mundo do Catar 2022
Por fim, a FIFA também inovou nesta Copa do Mundo em termos de realidade aumentada, graças ao aplicativo FIFA+, que permite obter informações adicionais sobre os jogos por meio de dispositivos inteligentes, como smartphones ou tablets.
O recurso chamado Experience Stadium permite que os participantes do jogo foquem seus dispositivos no campo de jogo e vejam em sua tela o destaque tático de sua equipe, além de informações adicionais, como o número de passes concluídos e outras estatísticas.
Prevê-se que esta ferramenta esteja disponível em todos os jogos da segunda fase da competição até à final. Por enquanto não se sabe se há interesse em levar esse tipo de tecnologia para outras competições como ligas ou torneios internacionais.
