Ponto Nemo: o que é e onde fica o cemitério de naves espaciais?

Você já se perguntou para onde vai o lixo espacial que retorna à Terra? A resposta está no "Ponto Nemo", o lugar mais inacessível do planeta.

Desde muito tempo, a humanidade busca conhecer as origens do universo por meio da exploração espacial. Por isso, a ciência continua aperfeiçoando as tecnologias, satélites e foguetes para ir mais longe.

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Mas, como tudo na vida, eles também têm um fim. E que se faz com eles depois? Simples, eles são enviados para o cemitério de naves espaciais localizado em um dos pontos mais remotos da Terra: o Ponto Nemo.

Esse lugar, longe de qualquer sinal de civilização, foi escolhido como o destino final de todas as naves, satélites e sondas que já terminaram a sua missão. Ele fica situado no oceano e, há décadas, é usado por agências espaciais de alguns países.

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Onde fica o Ponto Nemo?

No Sul do Oceano Pacífico, a mais de 3 mil quilômetros da Nova Zelândia e do Ártico, fica o cemitério de veículos espaciais, um lugar secreto, a mais de 2 quilômetros abaixo do nível do mar.

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Hoje em dia, a região está a mais de 2,4 mil quilômetros de qualquer costa ou área habitada. Por isso, recebeu o nome de ‘Ponto Nemo’, que quer dizer “ninguém” em latim. Em outras palavras, seria “o lugar de ninguém”.

Para ser mais exato, os humanos mais próximos do lugar estão na Estação Espacial Internacional (ISS), já que ele está muito longe de qualquer assentamento humano.

Por que este lugar foi escolhido como cemitério de naves espaciais?

De acordo com a A Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (NASA), a chance de haver algum tipo de acidente com vítimas humanas é de 0,01%. Por isso, é o local ideal para as velhas máquinas espaciais caírem e serem esquecidas para sempre, no fundo do oceano.

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O local tem sido utilizado para este fim desde 1971. Nas décadas seguintes, 263 navios e satélites se estabeleceram no Pacífico. No entanto, nem todos chegaram ao seu destino.

Isso ocorre porque satélites menores geralmente queimam completamente na atmosfera. Portanto, as únicas estruturas que realmente chegam à água são aquelas grandes o suficiente para vencer as pressões da atmosfera.

Até agora, apenas 4 nações, incluindo os Estados Unidos e a Rússia, depositaram os restos de máquinas obsoletas no Ponto Nemo. No entanto, estes números podem aumentar à medida que novos países como a Índia ou os Emirados Árabes Unidos avançam nos seus respectivos programas de exploração espacial.

ISS deve ser lançada ao Ponto Nemo em 2031

A NASA tornou públicas suas intenções de derrubar a Estação Espacial Internacional (ISS) no Oceano Pacífico em 2031, um ano depois em que completará as suas funções de orbitar a Terra, para que as plataformas espaciais das empresas privadas assumam a responsabilidade.

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“Este é o nosso plano abrangente para garantir uma transição suave para destinos comerciais após a retirada da Estação Espacial Internacional em 2030”, disse Phil McAlister, diretor de espaço comercial na sede da agência norte-americana.

Para isso, a ISS será desmontada, separando os componentes russo e americano. Cada país cuidará de retirar seus próprios módulos. Depois, em uma operação de 4 dias, eles seguirão para o ‘Ponto Nemo’, onde começarão a cair após décadas de trabalho no espaço.

Pelo menos, há um lado bom nessa grande despedida: talvez uma parte do lixo espacial que vai para este lugar inóspito diminua com o uso de componentes recicláveis – como os da SpaceX – que ajudariam a reduzir os gastos das viagens interplanetárias e a evitar os resíduos que poderiam ficar perdidos no espaço ou nas profundezas do oceano.

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