Existe um pânico invisível que muitos estudantes e concurseiros passam quando estão estudando a gramática normativa: como pluralizar corretamente as palavras, especialmente aquelas que não são tão simples a ponto de colocar somente um “s”.
Até porque, você pode não saber, mas a ortografia traz algumas regras relacionados à forma correta de deixar os termos no plural. E, como sempre, tudo depende do maravilhoso e belo… contexto, sem esquecermos, é claro, da terminação dos substantivos.
Por isso mesmo, muitas pessoas preferem mudar toda uma frase apenas para não ter que pensar em formas diferentes de plurais. É o caso, por exemplo, de “mel”. Afinal de contas, o seu plural definitivamente não é “mels”. Quer saber o motivo? Descubra a seguir.
Plurais incomuns: quando precisamos ir além do “s” no final
O plural é uma das estruturas gramaticais que servem para assegurar a formação correta das palavras nos idiomas. Na língua portuguesa, sua regra geral consiste em acrescentar o sufixo “-s” às palavras no singular.
Por outro lado, existem várias exceções e plurais incomuns que fogem dessa norma, como é o caso de palavras compostas onde o “s” pode aparecer no primeiro elemento, segundo elemento ou nos dois. Vamos conferir alguns exemplos:
Palavras compostas
Em linhas gerais, as palavras compostas são aquelas formadas por dois ou mais radicais, o que pode complicar a formação de seu plural. Em muitos casos, apenas um dos termos vai para o plural, enquanto o outro permanece no singular.
Quer um exemplo? Temos o próprio “guarda-chuva”, cujo plural é “guarda-chuvas”. Aqui, “guarda” permanece invariável, enquanto “chuva” vai para o plural. Ou seja, a parte mais variável da composição é o segundo elemento. Confira mais exemplos:
- Pé-de-moleque fica pés-de-moleque no plural;
- Beija-flor fica beija-flores em sua forma pluralizada.
Existe uma regra específica, inclusive, para você não errar mais. Olha só: quando são dois substantivos unidos por hífen, apenas o primeiro elemento vai para o plural – ou os dois ficam no plural mesmo.
Quando consta uma preposição entre as palavras com hífen, apenas o primeiro elemento é pluralizado. Agora, quando existe um verbo/advérbio unido com substantivo/adjetivo, é a vez do segundo elemento passar para o plural.
É o caso de beija-flores que citamos anteriores e abaixo-assinados. Tem uma regrinha interessante também que muitas pessoas se esquecem: quando ambas as palavras são iguais estão ligadas por hífen, apenas o segundo elemento recebe o plural.
Sujeito invariável
Existem casos, no entanto, em que o plural não segue a regra de variação numérica. Palavras que indicam quantidade ou unidade geralmente não se flexionam, como em “mil” (que permanece “mil” tanto no singular quanto no plural).
Outro exemplo é a palavra “café”, quando utilizada no contexto de expressões como “café da manhã”. Mesmo quando se refere a várias refeições matinais, a forma acabando permanecendo invariável mesmo. Sabia disso?
Plurais invariáveis
Agora, determinados substantivos possuem formas plurais invariáveis, ou seja, mantêm a mesma estrutura tanto no singular quanto no plural. Entre os exemplos mais comuns, temos vírus, lápis e ônibus.
Essas palavras, geralmente, são de origem estrangeira ou mantêm uma forma fixa em português por convenção linguística. Daí vai de cada contexto.
O uso dessas palavras no plural exige que o contexto e os artigos que as acompanham indiquem o número correto, já que a palavra em si não sofre flexão. Ou seja, vai depender de cada frase e o sentido que você queira dar para a sua construção textual.
E o caso do mel?
Para entendermos como funciona a pluralização da palavra mel, é importante entendermos duas regrinhas específicas:
- Em palavras terminadas com -el, substituímos o “l” por “is”;
- Em palavras terminadas em -l, é necessário acrescentar -es no forma do plural.
Ficou confuso? Calma que eu te explico. Mel termina com -el, mas também podemos dizer que ele termina com -l. E, nesses dois contextos, existem duas regras distintas. E o que aconteceu quando há esse tipo de conflito na língua portuguesa?
Bem, as duas regras são acatadas e, por isso, admite-se dois plurais diferentes para a palavra “mel”. Conforme a primeira regra, temos “méis” como forma correta, mas, com base segunda, também admitimos o plural “meles”.
Ambas as formas podem ser usadas em seu texto. Fica basicamente a seu critério – mesmo que eu prefira “méis” por questão estética mesmo.