As plantas carnívoras são cada vez mais populares. Nesse sentido, uma espécie em particular chama a atenção por sua estrutura única, semelhante a um jarro ou copo.
Ela é conhecida por aprisionar e digerir diversos tipos de insetos, podendo até mesmo capturar, em alguns casos, pequenos sapos e outros animais, a fim de complementar sua nutrição.
Qual planta tem armadilha tipo “jarro” para capturar presas?
A Nepenthes se destaca pela forma que captura e consome suas presas. Foto: Reprodução / Pixabay
As plantas carnívoras Nepenthes são conhecidas por suas armadilhas em formato de jarro, que utilizam para capturar presas.
Elas pertencem à família Nepenthaceae e são encontradas principalmente nas regiões tropicais do Sudeste Asiático, como Indonésia, Filipinas, Bornéu e Sumatra.
Com mais de 200 espécies, as Nepenthes são adaptadas a ambientes com baixo teor de nutrientes, onde utilizam suas folhas modificadas em forma de jarros para atrair, capturar e digerir insetos e, ocasionalmente, pequenos animais, como sapos.
Como são as armadilhas dessas plantas?
As armadilhas das Nepenthes são uma adaptação incrível. Elas começam como folhas comuns, mas, ao amadurecerem, transformam-se em jarros que armazenam fluidos digestivos.
Esses jarros atraem insetos, como formigas e vespas, por meio da produção de néctar. Quando a presa cai no seu interior, ela é digerida pela planta, que extrai nutrientes essenciais para a sua sobrevivência.
Curiosamente, essas armadilhas não se movem, mas sua estrutura e o líquido digestivo são suficientes para garantir a captura das presas. Essas plantas têm uma longa vida, podendo viver de 10 a 20 anos, e levam de 5 a 10 anos para florescer.
Uma espécie de Nepenthes se alimenta de presas subterrâneas
Cientistas descobriram uma nova espécie de planta carnívora, a primeira do gênero Nepenthes, a utilizar “jarros” subterrâneos para se alimentar: a Nepenthes pudica.
Encontrada na província de Kalimantan do Norte, na Indonésia, por uma equipe da Universidade Palacký, na República Tcheca, essa planta se diferencia das demais por desenvolver suas armadilhas no subsolo, onde captura organismos como formigas, ácaros e besouros.
Essa adaptação é inédita, já que outras plantas carnívoras subterrâneas conhecidas até então se alimentavam de microorganismos.
Jarros de até 11 cm
Inicialmente, os pesquisadores estranharam a ausência dos jarros nas plantas, questionando se elas poderiam ter perdido a capacidade de capturar presas.
No entanto, ao remover uma camada de musgo, a equipe se deparou com jarros de até 11 cm de comprimento, escondidos no subsolo.
Essas estruturas, ricamente pigmentadas e sem clorofila, revelaram uma adaptação evolutiva única, permitindo que a planta se alimentasse de presas maiores do que as capturadas por outras espécies subterrâneas.
A hipótese dos pesquisadores é que o ambiente subterrâneo oferece condições mais estáveis, como umidade constante, e uma maior disponibilidade de presas durante períodos de seca. O estudo foi publicado na revista Phytokeys.
Curiosidades gerais sobre as Nepenthes
1. Preferem solos pobres 🪴
A Nepenthes pode ser cultivada em casa sem grandes dificuldades. Ela prefere solos pobres e não necessita de adubação, mas precisa de luz solar indireta e rega abundante a cada dois dias.
Evitar sol direto no período da tarde é essencial para não queimar suas folhas.
2. Dieta variada 🐸
Embora sejam conhecidas por se alimentarem de insetos, as Nepenthes também podem capturar pequenos roedores, lagartos e sapos.
Por isso, são classificadas como plantas carnívoras, e não apenas insetívoras, devido à sua capacidade de digerir presas maiores.
3. Banho de chuva e luz lunar 🌧️
As Nepenthes apreciam banhos de chuva e luz lunar, não sendo recomendado mantê-las em estufas fechadas. Elas se desenvolvem melhor em ambientes abertos, como sacadas e janelas, onde podem receber luz natural sem restrições.
4. Jarros secos podem ser cortados ✂️
Se um jarro da Nepenthes secar e morrer, ele pode ser cortado, preservando a folha para fotossíntese. A planta continuará a se desenvolver e poderá produzir novos jarros, mantendo sua vitalidade mesmo após a perda de uma armadilha.
