Em primeiro lugar, a gagueira é chamada formalmente de disfemia, caracterizando o distúrbio de fala que envolve problemas frequentes com a fluência e o fluxo normal da fala. Neste contexto, uma curiosidade comum é se as pessoas gagas também gaguejam em seus pensamentos ou se possuem um ritmo diferente em suas mentes.
Para entender melhor como isso funciona, existem estudos e pesquisas realizadas com esse público para descobrir a relação entre os distúrbios cognitivos e de fala com a constituição orgânica dos indivíduos. Ou seja, se um problema cognitivo afeta também a maneira com que as pessoas pensam, sonham ou imaginam cenários. Saiba mais informações a seguir e entenda sobre isso:
Quem é gago também gagueja nos pensamentos?
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Hospital Pediátrico de Los Angeles, nos Estados Unidos, a área do cérebro que transforma pensamentos em sons na fala recebe menos sangue nos gagos. O estudo utilizou uma máquina de ressonância magnética para entender o funcionamento do cérebro de 26 voluntários com disfemia.
Posteriormente, as informações foram comparadas com os dados de 36 pessoas com falas regulares. A conclusão do estudo mostrou que a disfemia é mais intensa nas pessoas que possuem menor irrigação de sangue na região responsável pela fala.
Em outro estudo, cientistas da Universidade de Purdue, nos Estados Unidos, mediram a atividade elétrica no cérebro de pessoas com gagueira e perceberam que houve um atraso significativo na resposta para tarefas de linguagem mais complexas. Ou seja, mesmo quando não estão se comunicando, o processamento da linguagem no cérebro é diferente.
Não se pode dizer com exatidão que pessoas com gagueira também gaguejam em seus cérebros, pois esse é um movimento relacionado com a ação da fala, e não aos pensamentos. Apesar disso, quem possui disfemia acaba apresentando um ritmo de processamento de informações mais lento e difuso.