Existe uma série de palavras na Língua Portuguesa que são capazes de confundir até mesmo os mais estudiosos do idioma. Com tantas regras e exceções, é fácil sentir certa dúvida ao precisar utilizar um ou outro termo em uma frase, mas saber diferenciá-los e empregá-los da forma correta é fundamental. Um dos exemplos clássicos é o uso das expressões “pelo qual”, “do qual”, “o qual” e “cujo”: quando inserir cada uma?
Antes de mais nada, é preciso entender que os pronomes em questão são termos que, em determinadas situações, podem substituir ou fazer referência a um nome. Nesse caso, utilizando os pronomes relativos, é possível empregá-los para fazer referência a um outro nome ou pronome anteriormente citado. Eles podem ou não ser precedidos de preposição, e são formados por “que, quando, quanto, quem, onde, como, cujo e o qual”.
Assim, os pronomes “o qual” e “cujo” são considerados variáveis, enquanto “que, quem, quando, como e onde” são invariáveis. Para entender mais, confira o uso dos variáveis abaixo.
Pelo qual, do qual, o qual e cujo: como e quando usar cada expressão?
É extremamente comum surgirem dúvidas ao precisar lidar com a aplicação das diferentes regras da Língua Portuguesa, principalmente por conta de sua riqueza de detalhes. Pensando nisso, entender a forma correta de utilizar “pelo qual”, “do qual”, “o qual” e “cujo” é fundamental. Veja abaixo:
Pronome qual
O pronome “qual” pode ser encaixado em uma série de contextos diferentes. Um deles é substituindo o substantivo ou o mencionado, mas é essencial que o pronome sempre venha acompanhado de uma preposição, como “pelo”, “do” e “o”.
Seja como for, para descobrir qual preposição utilizar, é preciso pensar no verbo que indica a ação que está ocorrendo na frase. Confira os exemplos utilizando diferentes preposições:
- Mirela conversou sobre um assunto difícil na reunião. O assunto sobre o qual Mirela conversou na reunião era difícil. (Aqui, “o qual” faz menção ao substantivo “assunto”, e o verbo não pede preposição).
- Meus irmãos estão passando por um problema. Esse é o problema pelo qual meus irmãos estão passando. (Aqui, “pelo qual” menciona o substantivo “problema”, mas faz com que seja necessário utilizar a preposição “pelo”).
- Sua irmã tratou de um tema interessante no grupo mais cedo. O tema do qual sua irmã tratou mais cedo era interessante. (Aqui, “do qual” se refere ao substantivo “tema”, e o verbo necessita da preposição “do”).
Pronome cujo
Já “cujo” é um pronome relativo, e sempre está acompanhado por um substantivo. O termo também possui algumas variações, como “cujos”, “cuja” e “cujas”, que são equivalentes a “do qual” e flexões, ou “de quem”. O pronome e suas flexões estabelecem uma relação de possessão entre o elemento que foi citado e o que vem logo em seguida. Veja exemplos:
- Gabriel, cuja produção foi exemplar o semestre inteiro, conseguiu concluir o ano letivo com louvor. (Gabriel é quem possui, produção é o que é possuído e “cuja” é o pronome).
- Estava estudando um livro difícil, para cujo entendimento era preciso conhecer outras áreas. (Aqui, “cujo entendimento” se refere ao livro difícil).
- Esta é a história cujo vilão é Loki, o irmão do protagonista. (Nesse caso, a história é quem possui, vilão é o possuído e “cujo” o pronome).
Por outro lado, é preciso tomar cuidado com o uso do pronome de maneira equivocada. Por exemplo, não se utiliza artigo depois de “cujo”, como nos exemplos a seguir:
- Esta é a bolsa cuja a dona é minha prima.
- O filme cujo o diretor é desconhecido bombou nas bilheterias.