As palavras “Eu me tornei a morte, o destruidor de mundos” ressoaram na mente de Julius Robert Oppenheimer, o líder do “Projeto Manhattan”, após a explosão da primeira ogiva nuclear da história em 1945, como relata a biografia escrita por Abraham Pais.
A trajetória de Oppenheimer, por vezes reconhecido como “o pai da bomba atômica”, foi explorada no filme do cineasta Christopher Nolan, que chegou às telonas em julho deste ano. Confira abaixo as principais curiosidades sobre este notável cientista.
5 curiosidades sobre Robert Oppenheimer
1. Ele era filho de judeus
Não é um fato menor na vida de Oppenheimer, se quisermos entender a importância de seu papel na história. Seu pai, Julius, veio da Alemanha para os Estados Unidos, na esperança de escapar do anti-semitismo. Ele se casou com Ella, uma americana e judia, em 1903, na cidade de Nova York. Deste casamento nasceriam Robert, em 1904, e Frank, em 1912, que também era físico.
Desde muito jovem, Oppenheimer se inclinou para a ciência. Seu primeiro amor foi a mineralogia e ele se tornou um grande colecionador de rochas. Com apenas 12 anos, apresentou seu primeiro artigo científico sobre o assunto para o Mineralogical Club de Nova York.
2. Previsão de buracos negros
A curiosidade intelectual de Oppenheimer o levou a explorar campos além da física nuclear. Antes da descoberta oficial dos buracos negros, ele discutiu conceitos relacionados em suas publicações sobre astrofísica.
Embora nunca tenha usado a expressão “buraco negro”, suas ideias sobre estrelas de nêutrons e objetos cósmicos com atração gravitacional intensa foram proféticas, uma vez que mais tarde se confirmou a existência destes fenômenos.
3. Relação complexa com Einstein
A relação entre Oppenheimer e Albert Einstein era marcada por diferenças não apenas científicas, mas também políticas e emocionais. Durante o “Red Scare”, Oppenheimer consultou Einstein sobre questões de segurança.
Embora Einstein tenha o aconselhado que deixasse o cargo para evitar investigações, Oppenheimer permaneceu, resultando em uma interação negativa que evidenciou as tensões políticas da época.
4. Remorso após a explosão da bomba atômica
Após os ataques nucleares a Hiroshima e Nagasaki, Oppenheimer expressou remorso e lamentou sobre o futuro das armas nucleares. Durante uma reunião com o presidente Truman, ele manifestou seu sentimento de ter “sangue em suas mãos”. Truman, por sua vez, minimizou essas preocupações. O peso emocional desses eventos teve um impacto duradouro na saúde mental do cientista.
5. Paixão por línguas e influência literária
Além de suas realizações científicas, Oppenheimer tinha uma afinidade pela linguagem e pela literatura. Ele dominava seis línguas, incluindo o sânscrito, que usava para comunicar suas ideias. Seu estilo cativante de ensino inspirou até mesmo estudantes japoneses a imitar seu modo de vestir e agir.