Por definição, uma relação de codependência é caracterizada pela ocorrência de um transtorno emocional onde há dependência de um indivíduo, de modo que seja desafiador a desvinculação ou a construção de um relacionamento saudável. Desse modo, refere-se a um tipo perigoso de convivência, pautado sobre aspectos de posse, controle e dominação do parceiro.
Em todos os casos de relação de codependência deve-se procurar ajuda médica especializada no campo da Psicologia e da Psiquiatria, principalmente por se tratar de uma enfermidade emocional. Portanto, essa matéria tem propósito meramente informativo, e não substitui o trabalho de profissionais da área da saúde mental. Saiba mais a seguir:
O que é uma relação de codependência?
Os relacionamentos de codependência apresentam um desequilíbrio na dinâmica do casal porque existe um nível de dependência emocional que é prejudicial para a convivência. Desse modo, as manifestações mais comuns acontecem por meio das demandas constantes de atenção e qualquer falta de afeto é interpretado como uma ofensa, criando diversas crises e conflitos.
A codependência impede que as partes do relacionamento tenham uma vida própria, se relacionando com amigos e familiares para além do espaço afetivo. Em muitos casos, o ciúme, a posse e a insegurança se manifestam com frequência, criando um sentimento de culpa no companheiro e isolando-o ainda mais na realidade da relação.
Além disso, é comum que uma das partes exija atenção, carinho, tempo e dedicação em níveis desproporcionais, sem muitas vezes agir com reciprocidade. Como consequência, uma das partes é drenada de suas energias para sustentar a continuidade do romance, o que pode colocar em risco a própria saúde mental por conta de uma devoção prejudicial ao parceiro.
Em termos mais simples, pode-se dizer que a relação de codependência é semelhante à dependência química, mas está pautada em outra pessoa e não em substâncias. Por conta disso, são utilizadas todas as oportunidades para se agarrar ao indivíduo, agindo como um cuidador integral ou como o indivíduo mais importante na vida do outro.
No geral, acaba-se depositando toda a felicidade, bem-estar e equilíbrio na relação e na outra pessoa. Sendo assim, qualquer briga parece o fim do mundo porque ameaça a continuidade de uma dependência tóxica pautada na idealização do cônjuge. Ou seja, é depositado no companheiro uma série de expectativas relacionadas ao futuro com base na imagem construída daquela pessoa.
Acima de tudo, esse tipo de relação é perigosa porque anula a individualidade e cria uma convivência prejudicial pautada em uma dependência emocional grave. Ao fazer do parceiro o ar que você respira, acaba-se sufocando qualquer chance de crescimento saudável.
Quais são os sinais desse tipo de relação?
1) Necessidade de agradar ao outro
Aos poucos, você deixa de pensar individualmente e começa a agir a fim de agradar às expectativas do companheiro. Neste caso, as mudanças podem começar pequenas, como alterações na forma de se vestir, mas tendem a crescer com o tempo, pois a pessoa deixa de conviver com amigos e familiares para evitar conflitos ou agir dentro do que é esperado pelo parceiro.
Em alguns momentos, esse tipo de comportamento é reforçado com ameaças implícitas e brincadeiras relacionadas ao término, criando uma insegurança e um medo constante de perder a companhia da pessoa amada. Por meio de jogos psicológicos, estabelece-se uma codependência onde é mais importante manter a relação do que agir de acordo com os próprios desejos.
2) Sentimento de posse e necessidade de controle
De repente, o ciúme corriqueiro começa a impedir que você se relacione com as pessoas, com argumentos pautados em uma insegurança que cria um sentimento de culpa por pensar em agir de outra forma. Para evitar conflitos, você muda a forma de interagir com os outros e aos poucos começa a se isolar dentro da relação.
3) O relacionamento se torna o mais importante na sua vida
Aos poucos, você passa a viver por conta da relação com o seu parceiro, deixando de realizar atividades por conta própria e abrindo mão da sua individualidade pelo que acredita ser o melhor para o relacionamento. Nesse processo, você deixa de ter interesses que não sejam conectados ao outro e dedica toda a sua energia ao companheiro.