Existem vários elementos que podem melhorar o aspecto de um texto de forma essencial. Muito além de um bom vocabulário e do conhecimento da gramática, saber como empregar novos formatos da língua pode garantir um conteúdo de qualidade ainda maior, principalmente quando se trata de produções como redações do Enem ou acadêmicas em geral. A metáfora, por exemplo, pode ser utilizada para esse fim, tornando o discurso mais elegante.
Essa figura de linguagem está muito presente no cotidiano e, quando empregada da forma correta, pode fazer a diferença em uma redação. Mas o que é ela? E como utilizá-la? Para entender mais sobre recurso, confira mais informações a respeito da metáfora abaixo.
O que é uma metáfora?
A metáfora é uma figura de linguagem utilizada para fazer comparações de maneira implícita. Isso significa que ela funciona sem conjunções ou com uma locução conjuntiva comparativa. Por meio dela, se transfere o nome de algo para outra coisa, com a qual é possível estabelecer uma relação de comparação.
Para isso, porém, é necessário que existam elementos semânticos, que sejam relativos ao significado, semelhantes entre as palavras ou expressões em questão. Essa relação de semelhança entre dois termos então irá ocasionar uma transferência de significados, que é estabelecida pela comparação implícita.
O termo vem do grego “metaphorá”, que significa mudança ou transposição. Ela pode ser classificada em dois tipos: a impura, que é abordada de forma mais direta e simples, ou a pura, que é expressa e maneira complexa e indireta.
Exemplos com metáforas
Confira alguns exemplos que utilizam a metáfora abaixo:
- Isadora é uma flor.
Ao ler a frase, é fácil perceber que não se trada de um discurso literal, já que é feita uma comparação implícita entre Isadora e a flor: assim, são atribuídas à garota características de uma flor, como beleza, delicadeza e suavidade.
- Não se esqueçam da rosa, da rosa, da rosa de Hiroshima, a rosa hereditária, a rosa radioativa.
Este trecho foi retirado do poema de Vinícius de Moraes, “Rosa de Hiroshima”. Aqui, o autor estabelece uma analogia entre o aspecto de uma rosa e o aspecto da bomba de Hiroshima ao explodir, como em pétalas de fumaça radioativa.
- Meu pensamento é um rio subterrâneo.
A frase é de autoria de Fernando Pessoa, e o autor a utiliza para estabelecer uma analogia entre seu pensamento e um rio. É possível considerar que ambos compartilhem algumas características, como a fluidez e profundidade.
- Seu coração é de gelo.
Nesse caso, a comparação é feita entre o gelo e os sentimentos de alguém. A relação indica que a frieza do gelo também está presente no coração, que não demonstra seus sentimentos ou é desprovida de afeto, por exemplo.
A metáfora na redação
A redação é uma das partes mais temidas de vestibulares como o Enem. Além da prática, ter um bom repertório pode ser essencial para garantir uma boa nota na produção textual. Isso envolve saber quais são os melhores recursos a serem utilizados, e neste caso, é preciso entender como a metáfora pode servir para este texto.
É essencial ter em mente que a dissertação é, por natureza, um texto de caráter objetivo, que exige certa clareza. Um recurso como a metáfora implica na subjetivação e, mesmo que não seja proibido, pode não ser tão comum. Assim, para utilizá-la, é importante que o candidato não deixe nenhuma informação subentendida, o que prejudica na coesão e coerência, bem como na análise e resolução do problema do enunciado.
Desse modo, é importante garantir que a ideia sendo passada tenha contexto, seja orgânica e que o significado esteja explícito. Como a redação é dividida em três partes (introdução, desenvolvimento e conclusão), o ideal é que a figura seja colocada na introdução, no momento de apresentação do tema.