O ruído branco é um conceito que muitos de nós já ouvimos falar, associando-o a sons como à estática das TVs antigas ou ao barulho do ar condicionado. No entanto, sua natureza e utilidade vão além do mero incômodo sonoro. Hoje em dia, é possível encontrar dispositivos e aplicativos que emitem esta frequência, prometendo melhorar a qualidade do sono.
Mas será que existe embasamento científico para essas alegações? E como exatamente o ruído branco funciona? Continue lendo e entenda a seguir.
O que é ruído branco?
O ruído branco é caracterizado por ser um som composto por todas as frequências audíveis, cada uma com a mesma amplitude, tornando-o um estímulo sonoro uniforme e constante. A analogia com a luz branca é evidente: assim como ela é composta por todas as cores visíveis, este ruído contém todas as variações de som.
Seu impacto no nosso cérebro e bem-estar é complexo e depende de diversos fatores. Especialistas afirmam que a intensidade do ruído branco e a maneira como o interpretamos estão diretamente relacionados aos efeitos que ele produzirá.
Em volumes elevados, ele pode ser irritante e até mesmo estressante. No entanto, quando reproduzido em volumes baixos, pode ser um aliado no combate à insônia e na melhoria da concentração.
Para que serve este som?
O uso do ruído branco tem sido aplicado de diversas formas. Inicialmente, foi adotado em UTIs neonatais para emular os sons que os bebês ouvem no ventre da mãe, proporcionando um ambiente familiar e relaxante.
No entanto, seu uso excessivo em bebês levanta preocupações. O estímulo auditivo é fundamental para o desenvolvimento cerebral, e a exposição constante a esta frequência sonora pode prejudicar a capacidade da criança de reconhecer e processar outros sons.
Em adultos, o ruído branco pode ser benéfico para pessoas que vivem em espaços urbanos movimentados, permitindo que tenham um sono mais profundo, ignorando os barulhos externos, conforme apontam algumas pesquisas.
Um estudo de 2021 concentrou-se em um grupo de dez indivíduos residentes na cidade de Nova York, que enfrentavam dificuldades para dormir devido ao ambiente ruidoso característico dessa metrópole.
Nessa investigação, os pesquisadores direcionaram sua atenção para avaliar tanto a qualidade subjetiva do sono, utilizando um questionário conhecido como “Consensus Sleep Diary”, quanto a qualidade objetiva do sono, através da utilização de um aparelho denominado actígrafo.
Esse dispositivo se assemelha a um relógio de pulso e possibilita a análise detalhada da duração e dos padrões do sono. Os resultados obtidos a partir de ambos os parâmetros revelaram melhorias significativas ao utilizar ruído branco como auxílio para dormir.