O que acontece em nosso cérebro quando jogamos?

Entenda os efeitos dos jogos no cérebro, os processos neurais que ocorrem quando jogamos e os benefícios dessa prática para a nossa vida cotidiana.

Os jogos têm como objetivo principal proporcionar diversão. No entanto, a ciência já demonstrou que eles oferecem benefícios adicionais, como concentração, inteligência e criatividade.

Dessa forma, além de nos divertirmos e sermos felizes, estamos também estimulando nossa mente, o que é fundamental para um desempenho aprimorado nas atividades que realizamos no dia a dia.

Em outras palavras, quando jogamos, algumas coisas interessantes acontecem em nosso cérebro, continue lendo e entenda a seguir.

Como os jogos estimulam o cérebro?

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1. Produz hormônios da felicidade

Os jogos, sejam eles físicos ou eletrônicos, desencadeiam a produção de hormônios que nos fazem sentir bem. Eles têm um papel fundamental no nosso corpo, impactando o humor, comportamento e concentração.

Quando jogamos, o cérebro é inundado pelos "hormônios da felicidade", como a serotonina, que reduz o estresse, e a acetilcolina, que melhora a concentração e a memória. Já as endorfinas reduzem a tensão, e a dopamina estimula músculos, imaginação e construção de imagens.

2. Melhora as habilidades motoras

Jogos que envolvem movimento físico, como correr e pular, aprimoram significativamente nossas habilidades motoras. Essas atividades ajudam na regulação precisa de ações voluntárias, direção, amplitude e intensidade.

Além disso, estimulam os movimentos dos olhos e o foco da atenção, promovendo o aprendizado motor e o processamento de memória processual. O ato de brincar também motiva nossas ações, direcionando-as para alcançar objetivos ou recompensas.

3. Melhora na tomada de decisões

Quando jogamos, seja videogame, tabuleiro ou cartas, somos desafiados a tomar decisões rápidas e eficazes, moldando o curso do jogo.

Essas demandas podem fortalecer as conexões entre diversas partes do cérebro, aprimorando as habilidades executivas, como a flexibilidade mental.

Além disso, jogos de quebra-cabeça têm o potencial de desafiar habilidades cognitivas, incluindo raciocínio lógico e percepção espacial.

4. Retarda o envelhecimento cerebral

Os estímulos dos jogos prolongam a vida dos neurônios, beneficiando a memória, a atenção e a execução de tarefas simples. Existem até videogames desenvolvidos para idosos e pessoas com Alzheimer, contribuindo para retardar a progressão da doença e melhorar o humor.

5. Promove aprendizado e fortalece a memória

Videogames podem impactar a plasticidade cerebral, que é a habilidade do cérebro de se adaptar, pois enquanto jogamos, áreas cerebrais relacionadas à aprendizagem, memória e atenção são ativadas.

Eles ainda podem aprimorar a atenção seletiva e a memória de trabalho, já que os jogadores precisam focar em vários estímulos e lembrar informações essenciais para ter sucesso.

Por outro lado, jogos imprevisíveis, onde o próximo acontecimento é incerto, podem ter um impacto ainda maior na plasticidade cerebral e aprendizagem.

A falta de previsibilidade desafia o cérebro, mantendo o jogador alerta e ativando o sistema nervoso autônomo, que aumenta a liberação de hormônios.

Essa resposta hormonal e a ativação do sistema nervoso autônomo amplificam as mudanças neuroplásticas, que podem beneficiar outras áreas da vida, como o desempenho acadêmico e profissional.

6. Reforça a sociabilidade

Tanto os jogos tradicionais quanto os virtuais contribuem para a construção de relacionamentos. Em um nível mais restrito, eles fortalecem laços, como quando pais brincam com filhos ou irmãos se divertem juntos.

Em uma perspectiva mais ampla, os jogos ajudam a formar comunidades em torno de interesses compartilhados. Apesar da ideia de que os videogames são atividades solitárias, muitos oferecem a opção de jogar online com pessoas de todo o mundo, facilitando interações sociais.

O resultado é o aprimoramento das habilidades sociais, como comunicação, colaboração e negociação, e aumento da empatia e da compreensão emocional. Isso porque os jogadores precisam se colocar no lugar de suas personagens virtuais, compreendendo suas motivações e emoções.