O mundo da acentuação da Língua Portuguesa possui tantas regras e detalhes que lembrar de todas elas pode ser uma missão difícil. Nesse sentido, até mesmo palavras simples como “bebê” podem criar confusão: o diminutivo teria acento circunflexo ou não?
A partir de então, lidar com os diminutivos também envolve saber de algumas questões da acentuação, como as sílabas tônicas e a forma de tratá-las propriamente.
Pensando nisso, de modo que seja possível evitar possíveis erros gramaticais e conhecer mais sobre o mundo da acentuação, confira abaixo se o diminutivo de “bebê” tem ou não acento circunflexo, bem como outros exemplos.
O diminutivo de bebê tem acento circunflexo?
A resposta para essa pergunta é não: mesmo que “bebê” tenha acento, seu diminutivo, “bebezinho”, não se enquadra na mesma regra. Mas qual seria o motivo?
A diferença na flexão ocorre por conta da posição da sílaba tônica da palavra, que altera a regra de acentuação. Para entender melhor, porém, é necessário relembrar alguns conceitos da tonicidade das palavras.
- Oxítona: palavras cuja sílaba tônica é a última (Ex: café, chapéu, bebê);
- Paroxítona: palavras cuja sílaba tônica é a penúltima (Ex: difícil, caráter, estéril);
- Proparoxítona: palavras cuja sílaba tônica é a antepenúltima (Ex: última, técnico, profético).
Nesse sentido, mesmo que “bebê” leve acento, “bebezinho” não passa pela mesma regra. O motivo envolve a posição da sílaba tônica em cada um dos termos, impactando então a regra de acentuação que os envolve.
Como visto nos exemplos, “bebê” é uma palavra oxítona. Na Língua Portuguesa, todas as oxítonas terminadas em “a”, “o” e “e” devem ser acentuadas.
Por sua vez, “bebezinho” é uma paroxítona. Sua sílaba tônica é a penúltima, ou seja, “zi”. As paroxítonas terminadas em “o” não levam acento agudo.
Diminutivo das oxítonas
Para facilitar o conceito, é importante destacar que toda vez que o sufixo “zinho” for acrescentado a uma palavra oxítona, ela perde seu acento. Assim, ela passa a ser uma palavra paroxítona, onde a mesma regra vista anteriormente é aplicada.
Confira alguns exemplos abaixo:
- Café (palavra oxítona): cafezinho (palavra paroxítona);
- Chapéu (palavra oxítona): chapeuzinho (palavra paroxítona);
- Chalé (palavra oxítona): chalezinho (palavra paroxítona);
- Robô (palavra oxítona): robozinho (palavra paroxítona);
- Baú (palavra oxítona): bauzinho (palavra paroxítona).
S ou Z
Outra questão que levanta muitas dúvidas dos falantes da língua envolve o uso de “s” ou “z” no mundo dos diminutivos. Você já se perguntou por que o diminutivo de “casa” seria “casinha”, ao invés de “cazinha”?
A explicação para esse problema é simples. Mesmo que o sufixo “-inho”, que indica o grau de diminutivo exija a presença do “z”, isso pode diferir em determinadas situações.
No caso de “casa”, seu vocábulo primitivo já possui um “s”, assim, só é preciso acrescentar o sufixo “-inho”. O mesmo pode ser visto em outras palavras com “s” em seu termo primitivo: “lápis” vira “lapisinho”, “país” vira “paisinho”, e por aí vai.