Um estudo recente, publicado no “The Journal of Physical Chemistry Letters“, revelou que seres vivos emitem uma luz que se apaga no momento da morte.
Essa luminosidade tênue, detectada por cientistas da Universidade de Calgary e do Conselho Nacional de Pesquisa do Canadá, não está ligada a conceitos místicos, mas sim a reações bioquímicas.
Na verdade, o fato de os organismos vivos brilharem foi descoberto pela primeira vez em uma pesquisa de 2009. Os dados atuais confirmam que esse processo ocorre por meio da emissão de biofótons, um subproduto de processos metabólicos celulares.
Como o estudo foi feito?
Para testar a hipótese, os cientistas introduziram individualmente quatro camundongos vivos em uma câmara de imagem completamente escura.
Equipados com câmeras de alta sensibilidade, eles captaram a emissão de biofótons de baixa intensidade durante sessenta minutos.
Posteriormente, os roedores foram submetidos à eutanásia, e seus corpos permaneceram no equipamento por mais uma hora, com a temperatura corporal controlada para evitar distorções causadas por radiação térmica.
Os dados obtidos revelaram um padrão interessante: após o óbito, a luminosidade visível diminuiu drasticamente. “A disparidade na quantidade de fótons emitidos foi evidente”, relataram os pesquisadores.
Em outras palavras, quando a vida se extinguiu, o mesmo ocorreu com o brilho detectado. Esse fenômeno já era conhecido, mas a medição em escala corporal é uma novidade.
Estudos anteriores comprovaram que tecidos isolados podem liberar fótons como resultado do estresse oxidativo, especialmente quando as células sofrem danos causados por calor, substâncias tóxicas ou microrganismos patogênicos.
Moléculas como o peróxido de hidrogênio, por exemplo, induzem reações químicas que levam lipídios ou proteínas a emitirem uma leve luminescência.
Porém, registrar esse processo em um organismo completo e acompanhar seu desaparecimento durante a morte representa um salto significativo para a ciência.
Teste também foi realizado em plantas
O experimento foi repetido com folhas de agrião-de-talo (Arabidopsis thaliana) e de árvore-guarda-chuva-anã (Heptapleurum arboricola).
Ao serem lesionadas ou expostas a compostos químicos, as regiões estressadas das plantas emitiam um brilho mais intenso em comparação com as áreas intactas, confirmando a relação entre o estresse celular e essa suave luminescência.
“Nossos dados revelaram que todas as folhas lesionadas apresentavam uma luminosidade significativamente maior do que as não danificadas”, relataram os pesquisadores.
Apesar da tendência em associar o fenômeno a algo como uma “aura” ou “energia vital” se dissipando, as conclusões são puramente científicas.
No futuro, o rastreamento dessa luz poderá auxiliar médicos e pesquisadores a monitorar danos teciduais ou estresse de maneira não invasiva.