O governo norte-americano instruiu a NASA a criar um fuso horário lunar para auxiliar missões que necessitam de extrema precisão.
Por meio de um anúncio oficial, foram reveladas as razões por trás dessa medida, essencial para a iminente nova era de exploração espacial.
Segundo a NASA, após uma série de testes, a humanidade está prestes a retornar à superfície lunar, como parte da missão Artemis.
Nova missão lunar
Com o êxito da missão Artemis I, que serviu para avaliar aspectos da nave Orion, incluindo seu escudo térmico, a NASA agora se prepara para o lançamento da Artemis II em setembro de 2025.
Esta missão executará um voo de teste ao redor da Lua antes de trazer a tripulação de volta à Terra. Será a primeira vez desde 1972 que uma tripulação ultrapassará a órbita terrestre baixa.
Com base nesses avanços e a aproximação do retorno humano à Lua, os EUA almejam estabelecer um horário lunar padronizado para missões de alta precisão.
Fuso horário da Lua
Na Terra, o tempo é sincronizado por centenas de relógios atômicos distribuídos globalmente. Estes aparelhos avaliam o nível energético dos átomos e registram o tempo com precisão de nanossegundos.
Por outro lado, uma pessoa na Lua experimentaria uma perda de aproximadamente 58,7 microssegundos em um dia terrestre, com variações periódicas adicionais distorcendo ainda mais a relação entre o tempo lunar e o do nosso planeta.
Por isso, os cientistas estão explorando métodos adequados ou adaptações para o ambiente lunar. Este sistema também poderá ser aplicado em Marte, a próxima fronteira espacial.
A Agência Espacial Europeia (ESA) está envolvida em esforços similares, sugerindo que um consenso internacional pode ser necessário para estabelecer o LTC (Tempo Coordenado Lunar).
A NASA prevê que o fuso horário lunar estará operacional até 2026, a tempo para a próxima missão tripulada à Lua, parte do programa Artemis.
Portanto, um padrão temporal unificado facilitará a coordenação de iniciativas nacionais, privadas e internacionais rumo à exploração do satélite.
O que são relógios atômicos?
Relógios atômicos são instrumentos de alta precisão para a medição do tempo, operando com base nos princípios da mecânica quântica e utilizando as características distintas dos átomos para alcançar uma exatidão inigualável no registro temporal.
Diferentemente dos relógios convencionais, que podem depender de um pêndulo ou da oscilação de cristais de quartzo, os relógios atômicos usam a frequência de ressonância dos elétrons em átomos selecionados, como césio ou rubídio, para contar segundos com precisão extrema.
Eles funcionam monitorando a frequência com que os elétrons em determinados átomos trocam de níveis de energia.
Esse fenômeno é altamente previsível e constante, o que o torna ideal para a medição do tempo.
O Césio-133 é o elemento mais comum nesses equipamentos devido à sua frequência de ressonância extremamente estável, o que permite que o segundo seja definido no Sistema Internacional de Unidades (SI).
Para melhorar a precisão, os átomos são resfriados a temperaturas quase absolutas, reduzindo seu movimento e possibilitando medições mais acuradas.
Isso é vital para aplicações como sistemas de posicionamento global (GPS), telecomunicações e pesquisa científica, onde a exatidão temporal é imprescindível.
A tecnologia desses relógios continua a evoluir, e sua habilidade de medir o tempo com tal grau de precisão nos ajuda a expandir nosso entendimento do universo e a desenvolver e sincronizar tecnologias avançadas globalmente, incluindo aquelas planejadas para uso na Lua.