Ao longo da história da Terra, os continentes não estiveram sempre dispostos como os conhecemos hoje. Eles já se uniram e se separaram diversas vezes, formando enormes massas de terra chamadas supercontinentes.
Esse processo, que ocorre durante centenas de milhões de anos, é resultado do movimento das placas tectônicas, que fazem essas estruturas se deslocarem e, eventualmente, se chocarem.
Além da famosa Pangeia, que existiu há cerca de 300 milhões de anos, a Terra já teve pelo menos outros seis supercontinentes que moldaram a geografia, o clima e até a evolução da vida no planeta. Confira:

Ao longo da longa história do planeta houve vários supercontinentes que ocuparam a maior parte da massa terrestre. Foto: Reprodução / Pixabay
1. Vaalbara
O primeiro supercontinente, Vaalbara, surgiu há cerca de 3,6 bilhões de anos. Ele se formou a partir de dois grandes blocos de crosta terrestre, chamados crátons, que hoje estão na África do Sul e na Austrália Ocidental.
Vaalbara é considerado o mais antigo e teórico dos supercontinentes, pois as evidências são escassas devido à sua idade extrema.
2. Ur
Logo após Vaalbara, há aproximadamente 3 bilhões de anos, formou-se o supercontinente Ur. Apesar de ser chamado de supercontinente, ele era menor que a Austrália atual.
Ur permaneceu unido por bilhões de anos, fazendo parte de outros supercontinentes até se fragmentar com a separação de Pangeia.
3. Kenorland
Há cerca de 2,7 bilhões de anos, Kenorland surgiu da fusão de Vaalbara com novas porções de crosta terrestre.
Foi uma época importante para a vida na Terra, pois os primeiros organismos produtores de oxigênio começaram a aparecer, influenciando o clima e até mesmo levando à formação das primeiras geleiras.
4. Columbia
Formado há 1,8 bilhão de anos, Columbia foi um supercontinente de “vida curta”, durando apenas 300 milhões de anos.
Durante sua existência, as primeiras plantas, como algas vermelhas, começaram a colonizar a terra, marcando um passo importante na evolução da vida.
5. Rodinia
Rodinia surgiu há cerca de 1,1 bilhão de anos e se fragmentou há aproximadamente 750 milhões de anos. Sua ruptura causou intensa atividade vulcânica, que alterou o clima e a composição química da atmosfera e dos oceanos.
6. Pannotia
Cerca de 600 milhões de anos atrás, Pannotia se formou enquanto grande parte da Terra estava coberta por geleiras.
Ela se dividiu em quatro grandes massas de terra: Gondwana, Báltica, Sibéria e Laurentia. Gondwana, em particular, era tão grande que às vezes é considerado um supercontinente por si só.
7. Pangeia
O supercontinente mais conhecido, Pangeia, formou-se há cerca de 300 milhões de anos. Foi durante sua existência que a vida começou a se diversificar rapidamente, com plantas e animais se espalhando pelos continentes unidos.
A separação de Pangeia deu origem aos continentes que conhecemos hoje e foi essencial para a evolução das espécies, incluindo os dinossauros.
Supercontinente do futuro
Pesquisadores afirmam que, daqui a 250 milhões de anos, a Terra passará por transformações tectônicas significativas, resultando na formação de um novo supercontinente.
Nesse sentido, quatro cenários principais são propostos para o futuro geológico do planeta:
1. Novopangeia
Se o Oceano Atlântico continuar a se expandir e o Pacífico a se fechar, os continentes se reunirão no lado oposto ao da antiga Pangeia.
As Américas colidiriam com a Antártida e, posteriormente, com a massa já unida da África e Eurásia, formando a Novopangeia.
2. Pangeia Última
Na hipótese de o Atlântico começar a se fechar devido à formação de novas zonas de subducção, os continentes se reagruparão em um supercontinente semelhante à Pangeia, chamado Pangeia Última.
Este cenário, descrito em estudos, prevê um mundo extremamente quente e inóspito, com temperaturas elevadas, vastos desertos e condições que poderiam levar à extinção em massa de mamíferos, incluindo humanos.
3. Aurica
Se tanto o Atlântico quanto o Pacífico se fecharem, um novo oceano se formaria a partir de uma fenda na Ásia. O supercontinente Aurica surgiria com a Austrália no centro, rodeada pelas Américas, Ásia Oriental, Europa e África.
4. Amasia
Caso a deriva para o norte das placas tectônicas continue, os continentes se reunirão ao redor do Polo Norte, formando o supercontinente Amasia. Nesse cenário, tanto o Atlântico quanto o Pacífico permaneceriam amplamente abertos.