‘Meu óculos’ ou ‘meus óculos’: qual expressão utilizar?

"Meu óculos" ou "meus óculos"? Qual seria a forma correta? Confira hoje algumas informações sobre a expressão e qual delas utilizar.

Você já se perguntou sobre o que deveria dizer sempre que for necessário se referir a um par de óculos? A dúvida pode parecer improvável, mas muitos falantes da Língua Portuguesa ainda utilizam a expressão de forma incorreta. Afinal, a forma inadequada foi perpetuada por conta dos vícios de linguagem, tornando o questionamento ainda mais pertinente. Mas qual seria a versão certa? Meu óculos ou meus óculos?

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“Olhar” é um verbo que vem do latim “adoculare”. A palavra é formada pela preposição “ad”, que significa “junto de”, e “oculare”, que é “esclarecer”, “dar vista”. Por sua vez, a forma está diretamente relacionada a “oculus”, ou “olho”. Ao pesquisar o termo em qualquer dicionário, será possível encontrar uma referência à luneta.

Mas e a expressão? Seria “os óculos” ou “o óculos”? Para desvendar o mistério de uma vez por todas, confira abaixo qual a versão correta da junção.

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“Meu óculos” ou “meus óculos”? Descubra qual expressão utilizar

A forma correta da expressão é “meus óculos”, no plural. Contudo, “meu óculos” ainda é frequentemente utilizada por muitos falantes, mas é incorreta por conta do erro de concordância de número.

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Por conta de “óculos” ser uma palavra que está no plural, logo, todos os artigos, pronomes e adjetivos que a acompanham devem estar no plural também. Confira alguns exemplos:

  • Eu perdi meus óculos escuros brincando na areia com minha sobrinha.
  • Você fica ainda mais bonita com esses óculos.
  • Joana trocou a armação dos óculos, mas o formato não combinou com seu rosto.

Com base nas regras do português, a concordância nominal em gênero (masculino ou feminino) e número (plural e singular) deve existir entre o substantivo e os demais termos da oração que se relacionarem com ele. Isso inclui adjetivos, numerais, pronomes, artigos e mais.

Pluralia tantum

Dessa forma, “óculos” é um substantivo masculino plural, e “óculo” é sua forma no singular. Contudo, a segunda opção não costuma ser utilizada pelos falantes do português, e é considerada um caso de pluralia tantum. O fenômeno consiste em palavras utilizadas no plural para indicar um único objeto, desde que seja composto por duas partes simétricas.

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É possível observar o pluralia tantum em outras palavras, como “as calças” e “os binóculos”. Em “meu óculos”, o erro está no fato de que, erroneamente, o termo “óculos” é assumido como um substantivo de dois números, que se manteria invariável. Esse já é o caso de termos como “pires”, “lápis” e “ônibus”.

Já o fenômeno observado na expressão também permite que seja utilizado o formato “um par de”. Assim, é possível dizer “um par de óculos”, “um par de binóculos”, “um par de calças” e mais, dependendo do termo que se enquadre no sistema.

Seja como for, é preciso ter em mente que a língua está em constante evolução. Alterações e atualizações ocorrem frequentemente, e muitos linguistas defendem que o que faz a regra é o uso, e não o contrário. Assim, os gramáticos passaram a considerar que, talvez, a expressão “meu óculos” possa se tornar consagrada pelo uso, podendo ser utilizada tanto em contexto coloquial quanto informal. Por ora, porém, a versão correta segue sendo “meus óculos”.

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Confira mais alguns exemplos do fenômeno pluralia tantum abaixo:

  • Belas-artes;
  • Fezes;
  • Núpcias;
  • Olheiras;
  • Pêsames;
  • Algemas;
  • Finanças;
  • Trevas;
  • Parabéns;
  • Afazeres;
  • Hemorroidas;
  • Cócegas;
  • Suspensórios.
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