No universo, existem planetas que superam em muito as dimensões dos que conhecemos em nosso sistema solar.
Enquanto Júpiter é o maior planeta da nossa vizinhança, com uma massa maior que a de todos os outros combinados e um volume que caberia mais de mil Terras, ele não é o maior já descoberto.
Fora do sistema solar, cientistas identificaram planetas que ultrapassam Júpiter em tamanho e massa. Um desses gigantes gasosos possui uma massa aproximadamente cinco vezes maior que a do Sol, destacando-se como o maior já conhecido até agora.
Qual é o maior planeta conhecido do universo?
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Com uma massa estimada em nove vezes a de Júpiter ROXs 42Bb é considerado o maior planeta já descoberto até o momento. Foto: Reprodução / Pixabay
O maior planeta conhecido no universo atualmente é o ROXs 42Bb, um exoplaneta com uma massa aproximadamente nove vezes maior que a de Júpiter e cinco vezes maior do que a do Sol.
Descoberto em 2013 pelo astrônomo Thayne Currie, esse gigante gasoso orbita uma estrela anã do tipo M, localizada a 460 anos-luz do Sol.
Sua detecção foi possível graças ao método de imagem direta, que capturou a luz refletida pelo planeta, revelando detalhes sobre sua estrutura e órbita, conforme relatado em um artigo publicado na revista Science.
Para comparação, ele está 157 vezes mais distante de sua estrela do que a Terra está do Sol, uma característica que desafia os modelos convencionais de formação planetária.
Incertezas sobre sua formação
Existem duas teorias principais sobre a formação do maior planeta conhecido no universo. A primeira sugere que ele se formou por acreção do núcleo, um processo semelhante ao que deu origem a Júpiter e Saturno.
Nesse modelo, um núcleo rochoso massivo se forma inicialmente e, em seguida, atrai grandes quantidades de gás ao seu redor, resultando em um planeta gigante. Esse mecanismo, no entanto, enfrenta desafios ao explicar a massa excepcionalmente grande do ROXs 42Bb.
A segunda teoria propõe que o ROXs 42Bb surgiu por instabilidade de disco, um processo no qual o disco de gás e poeira ao redor de uma estrela jovem se fragmenta, formando diretamente planetas gigantes.
Esse método é consideravelmente mais rápido que a acreção do núcleo e poderia justificar a massa extremamente elevada do planeta. No entanto, ainda não há consenso sobre qual desses mecanismos foi predominante na formação do ROXs 42Bb.
A falta de dados conclusivos e a natureza única do ROXs 42Bb dificultam a determinação exata de sua origem, mantendo o tema em aberto para futuras pesquisas e descobertas.
Desafios para identificar o maior planeta do universo
Identificar o maior planeta do universo é uma tarefa complexa devido a vários fatores que envolvem desde a metodologia de detecção até a própria definição do que constitui um planeta:
- Protoplanetas em formação: alguns objetos candidatos, como os que orbitam a estrela PDS 70, ainda estão em processo de formação, o que pode levar a estimativas imprecisas de seu tamanho final;
- Métodos de detecção variados: técnicas como a fotografia direta (usada para ROXs 42Bb e os protoplanetas de PDS 70) e o método de trânsito (usado para HAT-P-67 b) fornecem dados diferentes, nem sempre comparáveis;
- Inferências indiretas: muitas medições dependem de modelos que interpretam brilho e padrões de luz, o que pode levar a imprecisões;
- Definição de planeta: a linha que separa planetas gigantes de anãs marrons não é clara, especialmente em relação à massa (acima de 13 vezes a massa de Júpiter, um objeto é geralmente considerado uma anã marrom);
- Limitações tecnológicas: a capacidade de observar e medir diretamente exoplanetas ainda é limitada, especialmente para objetos distantes ou de grande massa;
- Conhecimento parcial do universo: apenas 5% do universo é conhecido, o que significa que muitos objetos potencialmente maiores podem ainda não ter sido descobertos.