A história dos números naturais remonta há 50 mil anos, com evidências de que os humanos já contavam objetos.
Surgidos da necessidade prática de quantificar, esses números inteiros e positivos — como 1, 2, 3 — formam um conjunto infinito, que é a base para operações matemáticas.
Cada número natural possui um sucessor (exemplo: 5 é o sucessor de 4) e, em ordem crescente, um antecessor imediato (3 antecede 4). No entanto, há um único elemento nessa sequência que não tem antecessor.
Qual é o único número natural que não tem antecessor?

O zero é o marco inicial, por isso é o único número natural que não possui nenhum antecessor. Foto: Reprodução / Pexels
O único número natural que não possui antecessor é o zero. Isso ocorre porque o zero é o primeiro elemento do conjunto dos números naturais, que é composto por todos os números inteiros não negativos.
Como não existe um número natural menor que zero, ele não tem antecessor dentro desse conjunto. Além disso, ao tentar subtrair 1 do zero (0 – 1), o resultado é –1, que não faz parte dos números naturais, reforçando que o zero é único nessa característica.
O zero, portanto, marca o início do conjunto dos números naturais e é o ponto de partida para a sequência infinita desses números.
Curiosidades sobre o zero
1. Conceito abstrato
O zero é um dos conceitos mais abstratos da matemática, representando a ideia de “nada” ou “vazio”. Essa noção, que parece simples, exigiu milênios de evolução cultural e intelectual para ser formalizada.
Filósofos como Heráclito e Parmênides já debatiam a existência do “nada” na antiguidade, mas foi apenas no século V que o zero foi incorporado como um número matemático.
2. História recente
Apesar de ser fundamental hoje, o zero como conceito matemático é relativamente recente. Culturas antigas, como a grega e a romana, não tinham um símbolo para representar o “nada”.
Foi na Índia, por volta do século V, que o zero foi formalizado como um número, graças ao matemático Aryabhata. Curiosamente, os maias também desenvolveram um conceito semelhante, representando o zero com o símbolo de uma concha.
3. Função posicional
O zero tem uma função essencial como marcador posicional, permitindo distinguir números como 505 de 55.
Na antiga Babilônia, por exemplo, usavam duas cunhas para indicar a ausência de uma casa decimal, embora não tivessem um símbolo específico para o zero.
Essa função posicional foi fundamental para o desenvolvimento de sistemas numéricos mais complexos.
4. Propriedades únicas
O zero possui propriedades que o tornam único. Ele não é positivo nem negativo, nem par nem ímpar.
Além disso, operações com zero têm resultados peculiares: somar ou subtrair zero não altera o valor, multiplicar por zero resulta em zero, e dividir por zero é indefinido.
5. Origem do nome
A palavra “zero” tem origem no termo árabe sifr, que significa “vazio”. Esse termo foi adaptado do sânscrito shunya, que também significa “nada”. Curiosamente, a mesma raiz deu origem à palavra “cifra”, usada para descrever códigos ou símbolos numéricos.
6. Zero absoluto
Na física, o conceito de “zero absoluto” refere-se à temperatura mais baixa possível, correspondente a -273,15 °C ou 0 Kelvin. Essa temperatura teórica representa a ausência total de movimento molecular.
Embora inatingível na prática, o zero absoluto é um conceito fundamental na termodinâmica, mostrando como esse número vai além da matemática e influencia outras ciências.
7. Não existe o ‘ano zero’ no calendário
No calendário gregoriano, amplamente utilizado no mundo ocidental, não existe um “ano zero”. O sistema de datação começa diretamente do ano 1 a.C. (antes de Cristo) para o ano 1 d.C. (depois de Cristo).
Isso acontece porque a contagem do tempo é feita de forma ordinal, ou seja, baseada em uma sequência que vai do primeiro ao último, sem incluir um ponto de partida representado pelo zero.
Assim, a transição entre as eras ocorre sem a intermediação de um ano zero, refletindo a maneira como o tempo foi organizado historicamente.