Muitos alunos e concurseiros, ao estudar a língua portuguesa, se deparam com a dúvida sobre a utilização da concordância verbal quando aparecem os termos “que” e “quem”. E em relação à conjugação do verbo, qual seria o correto: “eu quem fiz” ou “eu quem fez”?
Ainda que esse tema possa parecer complexo, não devemos transformá-lo em um obstáculo. Com um pouco de atenção, você poderá compreender as regras abaixo.
“Eu quem fiz” ou “eu quem fez”: qual é a forma certa?
Em geral, a regra aceita pelos gramáticos mais tradicionalistas é de que o pronome “quem” corresponde somente à terceira pessoa, sendo equivalente a “aquele que”, logo, o verbo deve concordar com ele, independentemente da presença de outros pronomes anteriormente. Observe:
- Fui eu quem fez.
- Foste tu quem fez.
- Fomos nós quem fez.
Embora os pronomes “eu”, “tu” e “nós” estejam presentes nas orações, o verbo harmonizará com o pronome “quem”.
Contudo, outra possibilidade cada vez mais aceita atualmente é o “quem” seguir a regra de concordância com o antecedente do pronome.
Isso se aplica da seguinte maneira: se o antecedente indicar a 1.ª pessoa do singular, o verbo concordará com a 1.ª pessoa do singular; se indicar a 1.ª pessoa do plural, o verbo concordará com a 1.ª pessoa do plural; e se indicar a 3.ª pessoa do plural, o verbo concordará com a 3.ª pessoa do plural. Veja nestes exemplos:
- Fui eu quem fiz a música.
- Foste tu quem fizeste o jantar.
- Fomos nós quem fizemos o pastel.
Assim sendo, alternativamente, é possível optar por “fui eu que fiz” em vez de “fui eu quem fez”, substituindo o pronome “quem” pelo “que”, e observando a concordância do verbo.
Quando usar “eu que fiz”?
Observe que, ao usar o pronome relativo “que”, o verbo deve estabelecer concordância com o pronome que precede a sua presença. Exemplos:
- Fui eu que fiz a torta.
- Foste tu que fizeste a torta.
- Foi ele que fez a torta.
- Fomos nós que fizemos a torta.
Na frase que estamos usando como exemplo (“Fui eu que fiz a torta”) o sujeito é “eu” e a concordância deve ser “que fiz”.
