Estudo aponta hábito que pode reverter envelhecimento do cérebro

A descoberta pode incentivar o desenvolvimento de estratégias para auxiliar idosos a preservar ou aprimorar suas funções físicas e cognitivas.

Pesquisadores de instituições científicas australianas e britânicas relataram novas evidências sobre como um certo hábito pode reverter os efeitos do envelhecimento no cérebro.

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Este processo provoca alterações fisiológicas progressivas em vários sistemas fisiológicos ao longo do tempo.

No caso dos humanos, o envelhecimento está associado a um declínio tanto no bem-estar físico quanto nas capacidades cognitivas.

Qual é o hábito que pode reverter o envelhecimento do cérebro?

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A atividade física regular é o hábito que ajuda a prevenir (ou retardar) o declínio cognitivo durante o envelhecimento. Essa confirmação vem de um novo estudo publicado na revista científica Aging Cell.

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Cientistas da Universidade de Queensland, na Austrália, avaliaram a expressão genética no cérebro de camundongos, particularmente no hipocampo.

Eles descobriram que o exercício físico tem um impacto significativo nos genes da microglia, ou seja, as células que protegem o sistema nervoso central e sustentam a função cerebral.

Em particular, a prática "rejuvenesce" os genes das células envelhecidas, de modo que o perfil da microglia em ratos idosos submetidos a exercício físico é semelhante ao de camundongos jovens.

A microglia é constituída por células que desempenham uma função imunológica, ou seja, defendem o sistema nervoso daquilo que pode danificá-lo, como vírus, bactérias, tumores e inflamações.

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Na ausência de ameaças, as células microgliais permanecem em um estado "não ativado" (ou "vigilância"), com ramos monitorando o cérebro, procurando sinais de alerta.

Se forem encontradas, a microglia entra no estado "ativado", passando de um formato ramificado para um arredondado.

Como o estudo foi feito?

No experimento, ratos jovens com 3 meses de idade foram comparados a ratos de 18 meses, considerados mais velhos.

Os ratos mais velhos foram categorizados em dois grupos: um grupo de "sedentários", que ficaram em gaiolas comuns, e outro de "corredores", que tiveram acesso a uma roda de exercícios por 21 dias, seguidos de 14 dias de descanso.

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Esse intervalo de tempo foi suficiente para que as células cerebrais recém-formadas se transformassem em neurônios do hipocampo.

Os resultados mostraram que o envelhecimento altera a presença de células T, que são células imunológicas geralmente ausentes no sistema nervoso central em condições normais.

Nos ratos jovens sedentários, essas células eram raras, mas nos ratos mais velhos, tanto sedentários quanto ativos, houve um aumento expressivo.

Além disso, nos roedores sedentários mais velhos, o número de células T aumentou cerca de 45 vezes em comparação com os jovens sedentários, enquanto nos animais idosos que se exercitavam, o aumento foi de apenas 6 a 7 vezes.

Isso sugere que a atividade física pode influenciar a acumulação de células T no cérebro com o avanço da idade.

Os pesquisadores expressaram otimismo com os resultados, que demonstram o potencial do exercício em promover a saúde cerebral e atenuar aspectos negativos associados ao envelhecimento.

"Foi surpreendente e animador observar o rejuvenescimento e a transformação das células imunológicas cerebrais através do exercício físico, especialmente na maneira como ele pode reverter os efeitos negativos do envelhecimento. Nossos resultados podem ser úteis para diversas áreas na criação de estratégias destinadas a idosos que desejam preservar ou aprimorar suas habilidades físicas e cognitivas", finaliza Jana Vukovic, coautora do estudo e pesquisadora da Universidade de Queensland.

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