Aprender um novo idioma é algo que demanda tempo, disciplina e responsabilidade de qualquer estudante. O processo pode até mesmo ser considerado uma corrida de longa distância: apesar de os resultados compensarem, o caminho certamente será árduo. Nesse sentido, dependendo da língua escolhida para aprender, os estudos podem se tornar um verdadeiro desafio, principalmente quando se trata dos idiomas mais difíceis do mundo.
É fato que determinadas línguas são consideradas muito mais difíceis do que outras. Os motivos normalmente envolvem a distância entre o idioma nativo e o outro na árvore genealógica das línguas, bem como o alfabeto e pronúncia. Mesmo assim, a motivação faz toda a diferença, e mesmo que ficar fluente no mais distante dos idiomas seja possível, isso irá exigir tempo, e principalmente paciência.
Pensando nisso, para iniciar sua caminhada nos estudos dessa área, confira hoje os cinco idiomas mais difíceis de aprender, levando em consideração os desafios para falantes não nativos.
Os 5 idiomas mais difíceis de aprender
1. Árabe
O português possui uma infinidade de palavras originadas do árabe. Isso pode até fazer com que a língua pareça mais fácil do que seria, mas a familiaridade sentida não vai muito além disso. Este idioma possui raízes, alfabeto, estrutura e escrita completamente distintas da língua portuguesa ou de qualquer outra latina.
Tudo começa pelo sistema de escrita, ou abjad, que é feito da direita para a esquerda, e utiliza apenas consoantes. Assim, fica para o leitor a tarefa de completar os termos com a vogal correta, o que não é nada simples.
Existem ainda duas vertentes oficiais do árabe: a clássica, utilizada em áreas como a leitura do Alcorão, e a coloquial, a língua normativa utilizada no dia a dia.
2. Farsi
Também conhecido como persa farsi, o idioma é indoeuropeu, e é a língua nativa de mais de 70 milhões de pessoas, de países como o Irã, Afeganistão, Uzbequistão e Tajiquistão. Mesmo que seja complexo para os falantes de português, aqueles que conhecem o inglês podem encontrar várias similaridades entre os termos.
Por outro lado, um dos detalhes mais desafiadores do farsi é o fato de utilizar uma escrita árabe que, além de ser completamente diferente do alfabeto latino, também é lida da direita para a esquerda.
3. Hindi
O hindi é uma das línguas oficiais da Índia e de vários outros países, como o Nepal e o Paquistão. Ela descende do sânscrito, um idioma antigo do sul da Ásia de milhares de anos atrás, com semelhanças com o grego e latim antigos.
A escrita do hindi é feita em script Devanagari, que pode levar bastante tempo para os não nativos dominarem. A pronúncia, por sua vez, é de uma língua fonética, mas com vários sons que falantes de português sequer estão familiarizados. Na maioria das vezes, a diferença entre os termos é tão sutil que novos alunos podem não percebê-la de primeira.
4. Mandarim
O mandarim é considerado a forma mais falada do chinês, e possui mais de 900 milhões de nativos. O idioma é tonal da família sino-tibetana, e seu verdadeiro desafio é apresentado pela memória: existem cerca de 50 mil caracteres no alfabeto, e chineses com alto nível de educação podem chegar a conhecer apenas 8 mil deles.
Além disso, para entender apenas frases mais básicas ou capas de revistas ou jornais, pode ser necessário saber pelo menos 3 mil caracteres. O mandarim utiliza quatro tons e um neutro para distinguir palavras e sílabas com as mesmas consoantes e vogais, mas todas possuem significados diferentes.
5. Basco
Considerada a língua mais antiga e instingate da Europa, o basco é falado em diversas comunidades autônomas de Navarra, na Espanha, no País Basco e no sudoeste da França. Sua origem ainda não é um consenso entre os pesquisadores, visto que, ao contrário da maioria dos idiomas do continente, o basco não possui origens indoeuropeias: ele sequer se assemelha aos idiomas utilizados no mundo.
Enigmática, a língua sobreviveu por milênios, e durante épocas como a ditadura de Francisco Franco, entre 1939 e 1975, quando o uso do basco foi proibido, escolas clandestinas passaram a ensiná-lo como resistência, para valorizar a história e cultura do território.
Atualmente, pelo menos 35% da população autônoma fala o idioma, e mesmo que o primeiro livro em basco tenha sido impresso em 1545, em países como a França, a língua só foi padronizada em 1968.