Após o impacto da pandemia e as consequências nos mercados mundiais devido à guerra na Ucrânia, as autoridades econômicas de vários países tiveram de lidar com problemas nas cadeias de abastecimento que desencadearam a inflação global.
Porém, um país da América Latina atingiu a crítica posição de ter a inflação mais alta do mundo, segundo um novo ranking do Trading Economics. Veja qual é a seguir.
Qual é o país com a maior inflação do mundo?
A Argentina superou o Líbano e agora lidera o topo da inflação mundial. O país encerrou 2023 com 211,4%, deixando para trás o Líbano com 192% e a Venezuela com 190%.
Os dados são do Instituto Nacional de Estatística e Censos da Argentina (INDEC), que publicou o índice de inflação de dezembro, que ficou em 25,5%, sendo o mais alto desde 1991.
A inflação do Líbano arrefeceu no último mês do ano passado, quando registrou apenas 0,02%. Desde 2015, o país enfrenta uma crise, marcada pela fuga de capitais estrangeiros em meio ao aumento dos conflitos na região, pela queda do turismo causada pela pandemia da qual ainda não se recuperaram, além de tensões políticas.
Tudo isso provocou uma desvalorização de 95% da libra libanesa, levou o governo a impor restrições ao acesso ao dólar para a maior parte da população e assim foi criado um mercado paralelo. Em terceiro lugar no mundo ficou a Venezuela, com uma inflação anual de 190%, segundo dados oficiais.
Com exceção da Argentina e da Venezuela, nenhum país latino-americano tem inflação acima de 10%. A maior taxa entre os primeiros colocados é da Colômbia, com 9,28%, seguida pelo Uruguai com inflação de 5,7%, o México com 4,66% e o Brasil com 4,62%.
O que é inflação e quais as suas consequências?
Inflação é o aumento geral e contínuo dos preços dos bens e serviços em uma economia. Ela representa a perda do poder de compra da moeda e o encarecimento do custo de vida.
Este aumento é medido por índices que calculam a variação dos preços de uma cesta de produtos e serviços consumidos pela população. No Brasil, os principais índices de inflação são o IPCA e o INPC, produzidos pelo IBGE.
A inflação pode ter várias causas, como o excesso de demanda por bens e serviços, a elevação dos custos de produção, a emissão de moeda sem lastro, a expectativa de aumento futuro dos preços ou a inércia inflacionária.
Dependendo da causa, a inflação pode ser classificada em diferentes tipos, como inflação de demanda, estrutural, de custos, inercial, monetária, etc.
Suas consequências são negativas para a economia e a sociedade, como a desvalorização da moeda nacional, a redução do investimento produtivo, a distorção dos preços relativos, a perda de competitividade das exportações, a deterioração da distribuição de renda, a instabilidade econômica e a incerteza dos agentes econômicos.
Para combater a inflação, o governo pode adotar medidas de política monetária, fiscal e cambial, como o aumento da taxa de juros, a redução dos gastos públicos, a valorização da moeda nacional, o controle da oferta de crédito, o incentivo à produção e à concorrência, entre outras.