Existem muitas palavras na Língua Portuguesa capazes de dar um nó na cabeça de qualquer um. Muito além de sua complexidade, a semelhança entre algumas pode provar ser um verdadeiro desafio quando se trata de empregá-las em determinados contextos, e um dos exemplos mais comuns envolve a dúvida entre “este” e “esse”: de que forma utilizá-las corretamente?
Separados apenas por uma letra, “este” e “esse” são pronomes demonstrativos com formas variáveis de acordo com o número e o gênero. No geral, a confusão costuma surgir por conta de um dos termos ser utilizado para perto, enquanto o outro serve para longe. Para entender melhor sobre o assunto, confira abaixo como usar cada um da forma certa e não cometa mais o mesmo erro.
Este ou esse?
Como informado anteriormente, “este” e “esse” são pronomes demonstrativos, e suas formas variam com base no número ou no gênero. Os pronomes demonstrativos são exatamente o que seu nome informa: são empregados para indicar a posição dos seres no tempo e espaço em relação às pessoas do discurso.
Nesse sentido, quem fala (1º pessoa) e com quem se fala (2º pessoa), ou também de quem se fala (3º pessoa). Assim, além de “este” e “esse”, existe ainda “aquele” (aquela, aquilo).
Os pronomes são fundamentais para contribuir para a coesão textual, e “este” e “esse” costumam ser utilizados de forma trivial, visto que a maioria imagina que ambos podem ser empregados em qualquer ocasião. Contudo, é preciso ter em mente que existem regras para a aplicação de cada um. Eles devem ser diferenciados quanto ao uso, pois podem interferir na fala do locutor e do ouvinte, bem como em sua interpretação.
Situações de uso
Existem várias situações em que cada pronome deve ser usado, e algumas delas fazem referência ao lugar, tempo, contexto e à retomada de texto.
Lugar
No caso do lugar, ao estar perto do falante, é usado o pronome “este”. Por outro lado, caso estiver perto do ouvinte, o pronome adequado é “esse”. Assim, ao conversar com alguém e se referir a algo que está perto de você, é preciso escolher “este”. Para se referir a algo que está próximo de alguém, o pronome é “esse”. Confira alguns exemplos:
- Esta mesa fica muito melhor perto do sofá do que da estante.
- Você pode me emprestar esses cadernos na sua carteira?
- Esta casa já teve muitos donos.
- Essa boneca que você está segurando não é sua.
Tempo
Quando se trata do tempo, “este” deve ser utilizado quando fizer referência ao presente, ou a um passado próximo à pessoa que fala. Enquanto isso, “esse” é ideal para tratar de um passado, futuro próximo ou tempo distante da pessoa que fala.
- Esse ano foi tão difícil para a minha família.
- A chuva não quer dar trégua esta semana.
- Nessa época não existia isso de reclamar por tudo.
- Esta noite será fria.
Contexto
Ao fazer referência a algo que ainda não foi citado, é preciso utilizar o pronome “este”. Mas caso a referência seja sobre algo já citado anteriormente, o pronome ideal é “esse”. Entenda melhor abaixo:
- Meu pai adora repetir este ditado: “Para bom entendedor, meia palabra basta”.
- Minha irmã não gosta de você, mas essa informação não é nenhuma novidade.
- O Brasil perdeu o último jogo. Ninguém gostou dessa notícia.
- Estes foram os temas listados: povos indígenas, alfabetização nas escolas e igualdade social.
Outros pronomes demonstrativos
Além de “este” e “esse”, existem ainda outros pronomes demonstrativos, como os seguintes:
- Esta/essa e isto/isso;
- Neste/nesse, nesta/nessa, nisto/nisso;
- Deste/desse, desta/dessa, disto/disso;
- Aquele/aquela, daquele/daquela, naquele/naquela.
No caso dos três primeiros tópicos, todos se configuram como variações de “este” e “esse”. Assim, as situações em que são utilizados são basicamente as mesmas. Confira mais exemplos abaixo:
- O que é isso que você está segurando?
- Neste mês, meu pai irá se casar.
- Isto é um fato: não é possível agradar a todos.
- Tenho estas tarefas para terminar ainda hoje: comer, trabalhar, me exercitar e dormir.