Escrever à mão é melhor para a memória e aprendizagem?

Estudos recentes mostram que existem vários motivos pelos quais você deve optar por escrever à mão.

Em um mundo dominado por tecnologias avançadas, a ideia de retornar ao uso de papel e caneta pode soar obsoleta.

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No entanto, existem aqueles que, mesmo estando plenamente integrados à era digital, ainda têm preferência por registrar informações manualmente, seja anotando recados, mantendo uma agenda ou elaborando listas de compras no papel. 

Essa escolha é sábia, pois escrever à mão oferece inúmeros benefícios cognitivos, com destaque para o fortalecimento da memória, já que facilita a retenção de informações, segundo a ciência.

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Escrever à mão beneficia a memória e a aprendizagem?

De acordo com um estudo da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU), a escrita manual é melhor para o cérebro do que outros métodos de registro de informações, como a digitação ou gravações de áudio. 

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Isso ocorre porque a escrita ativa a região occipito-parietal do cérebro, associada à codificação de novos aprendizados. Tal ativação é desencadeada pela escrita manual, mas não ocorre no ato de digitar.

Conforme o artigo publicado na revista Frontiers in Psychology, pesquisadores monitoraram a atividade cerebral de 36 estudantes universitários, com idades entre 18 e 29 anos, utilizando a técnica de eletroencefalografia (EEG). 

Durante o experimento, os participantes escreviam à mão ou digitavam palavras exibidas em um monitor. 

Para a escrita manual, foi empregada uma caneta digital sobre uma tela touch, e para a digitação, utilizou-se um dedo em um teclado convencional. 

A atividade cerebral foi captada por um EEG de alta densidade, que registra os sinais elétricos do cérebro através de 256 sensores dispostos em uma malha e afixados no crânio dos voluntários, por um período de cinco segundos para cada palavra processada.

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Os resultados indicaram um aumento na conectividade entre diversas áreas cerebrais durante a escrita manual, efeito que não foi replicado durante a digitação. 

“Essa ampla conectividade no cérebro é essencial para o desenvolvimento da memória e para a assimilação de novas informações, o que é vantajoso para o processo de aprendizado”, esclarece Van der Meer, professora de neuropsicologia e líder da pesquisa. 

“O que nossos resultados sugerem é que as informações visuais e cinestésicas adquiridas através dos movimentos manuais precisos ao escrever com uma caneta são fundamentais para criar padrões de conectividade no cérebro que favorecem a aprendizagem”, complementa a autora.

Vantagens para o aprendizado em sala de aula

Os cientistas noruegueses defendem que suas pesquisas evidenciam a importância de permitir que estudantes utilizem canetas durante as aulas, sugerindo que o ensino básico de caligrafia seja o ponto de partida. 

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É essencial que os estudantes estejam informados sobre os avanços tecnológicos e reconheçam as situações em que a escrita digital ou manual é mais benéfica. 

A equipe da NTNU também ressalta a relevância de estar atualizado com as inovações tecnológicas e de compreender quando cada método de escrita é preferível. 

“Existem indícios de que os estudantes absorvem e recordam melhor o conteúdo através de anotações feitas à mão. Por outro lado, digitar em um computador pode ser mais conveniente para elaborar textos extensos ou redações”, explica Van der Meer.

Estratégia contra o declínio cognitivo

As vantagens cognitivas da escrita manual não se restringem apenas aos estudantes. Outros estudos apontam que essa prática também pode ser vantajosa para idosos como uma ótima estratégia contra o declínio cognitivo. 

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Com o avançar da idade, é comum percebermos uma redução em nossas capacidades físicas e cognitivas, um aspecto inevitável do envelhecimento. Felizmente, é possível desacelerar esse processo. 

Uma investigação realizada por cientistas chineses apontou que atividades intelectuais regulares podem melhorar a memória e a compreensão nos mais velhos, resultando em um raciocínio mais aguçado e habilidades cognitivas aprimoradas. 

A prática da escrita cursiva, em particular, é vista como um exercício mental valioso para idosos, contribuindo para a agilidade mental e o aumento da concentração e atenção.

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