Uma dúvida comum na hora de escrever diz respeito ao uso correto de “embora” ou “em bora”.
Saber qual é o termo correto é importante, especialmente em contextos como vestibulares e concursos, onde cada detalhe pode ser decisivo.
Por isso, entenda as regras que regem essa expressão e esteja atento para evitar erros que podem custar caro em provas e seleções profissionais.
O certo é “embora” ou “em bora”?
A grafia “em bora”, com as palavras separadas, está incorreta e não existe na língua portuguesa. É importante estar atento a essa diferença para evitar erros de escrita.
A forma correta é “embora”, uma palavra cuja origem remonta ao século XV. “Embora” é uma contração da expressão “em boa hora”, que originalmente significava “ir-se a algum lugar”.
Este termo pode ser utilizado como conjunção, interjeição ou advérbio:
Advérbio
Indica a ação de sair de um lugar para outro. Exemplos:
- Ela foi embora sem se despedir;
- Ele foi embora logo que amanheceu;
- Irei embora assim que resolver tudo;
- Vamos embora no voo das 10h.
Conjunção concessiva
Equivale a “ainda que” ou “apesar de”. Exemplos:
- Fui bem na prova, embora não tenha estudado;
- Embora estivesse chovendo, decidimos sair para caminhar;
- Ela foi ao evento, embora não se sentisse muito bem;
- Embora tenha ensaiado bastante, ele estava nervoso para o discurso.
Interjeição
Usada como um chamamento, sendo uma expressão coloquial na forma de “bora” ou “vambora”. Exemplos:
- Vambora ali comer um sanduíche?
- Fecha a loja e vambora!
- Vambora, estou te esperando.
- Estou curioso, bora lá ver.
- Bora, vamos nos arrumar para a festa.
Sinônimos de “embora”
Confira alguns sinônimos da palavra “embora”, que podem ser usados em diferentes contextos:
- Apesar de;
- Ainda que;
- Não obstante;
- Conquanto;
- Mesmo que;
- Posto que;
- A despeito de;
- Independentemente de.
Esses sinônimos são úteis para variar a escrita e manter a fluidez do texto, mantendo o mesmo significado de concessão ou contraste expresso por “embora”.
É certo dizer “muito embora”?
“Muito embora” é uma expressão que, apesar de ser comumente usada, não encontra respaldo na norma culta da língua portuguesa. Vamos entender isso de forma mais simples:
O termo “muito” é um advérbio de intensidade, que normalmente modifica verbos, adjetivos ou outros advérbios. Por exemplo, em “Ele come muito”, “muito” modifica o verbo “comer”.
“Embora”, por sua vez, é uma conjunção concessiva, usada para indicar uma concessão ou exceção à regra. Por exemplo, em “Embora chova, irei ao teatro”, “embora” indica que mesmo havendo chuva, a pessoa irá ao teatro.
Acontece que a expressão “muito embora” é uma combinação que não segue as regras gramaticais estabelecidas.
Enquanto “muito” é um advérbio que modifica verbos, adjetivos ou outros advérbios, “embora” é uma conjunção que não pode ser modificada por advérbios. Portanto, usar “muito embora” não é considerado correto na norma culta da língua portuguesa.
Por fim, mesmo encontrando essa expressão em textos de autores renomados e até em documentos jurídicos, é recomendável evitá-la, especialmente em contextos formais, onde a linguagem deve seguir as normas gramaticais estabelecidas.