É verdade que nós temos um relógio interno universal? Confira estudo

Uma nova investigação científica sugere que olhar para imagens memoráveis ​​pode distorcer nossa percepção do tempo.

Uma equipe de psicólogos da Universidade George Mason, localizada nos Estados Unidos, encontrou evidências que desafiam a teoria do relógio biológico universal

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No estudo, publicado na revista Nature Human Behavior, Alex Ma, Ayana Cameron e Martin Wiener aplicaram testes nos quais os participantes tinham que observar várias imagens e julgar o tempo transcorrido durante a observação.

Segundo a teoria do relógio biológico universal, acredita-se que os seres humanos têm a capacidade de perceber o tempo de maneira uniforme e contínua, o que ajuda a evitar confusões sobre a duração de um intervalo de tempo específico.

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Contudo, existem algumas exceções notáveis a essa hipótese — por exemplo, há relatos que indicam que o tempo parece voar quando estamos nos divertindo e arrastar-se quando estamos entediados. 

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Nesta nova pesquisa, os cientistas investigaram como a percepção do tempo pode variar conforme as pessoas se concentram em diferentes categorias de imagens.

Como o estudo sobre o relógio interno universal foi realizado?

Inicialmente, os cientistas montaram um conjunto de 252 imagens com variações no tamanho da cena e no grau de desordem. 

Em seguida, realizaram testes com 52 participantes para avaliar se essas características influenciavam a percepção do tempo. 

Por exemplo, uma imagem de um armário cheio era considerada menor, porém mais caótica do que uma de um armazém vazio. 

Cada foto foi exibida por menos de um segundo, e os participantes tinham que julgar se a duração parecia “longa” ou “curta”.

Quando expostos a cenas maiores ou menos caóticas, os participantes tendiam a sentir uma expansão do tempo, acreditando que a visualização durou mais do que na realidade. 

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Por outro lado, ao ver imagens menores e mais desordenadas, eles experimentaram uma compressão do tempo.

Duas hipóteses foram propostas pelos pesquisadores para explicar essas distorções temporais. A primeira sugere que a desordem visual é percebida como mais complexa para navegar e interagir.

Já a segunda indica que a desordem interfere na capacidade de reconhecimento de objetos, dificultando a codificação mental da informação visual, o que pode resultar em uma sensação de tempo reduzido.

Imagens memoráveis e percepção do tempo

Para explorar se imagens mais memoráveis afetam a percepção do tempo, 48 participantes foram expostos a 196 imagens classificadas por memorabilidade através de uma rede neural. 

Os participantes não apenas sentiram uma dilatação do tempo ao observar imagens mais marcantes, mas também mostraram maior probabilidade de se lembrar delas no dia seguinte.

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As mesmas imagens foram processadas por um modelo de rede neural baseado no sistema visual humano, capaz de processar informações continuamente, diferentemente de outras redes que capturam dados de forma única.

O modelo identificou que as imagens mais memoráveis eram processadas mais rapidamente do que as menos memoráveis. 

Resultados analisados

Esses experimentos apontam para uma relação entre a percepção do tempo e as sensações visuais.

Os pesquisadores descobriram que a memorabilidade de uma imagem não depende apenas do tempo de exposição, mas também da percepção de duração. 

Mesmo quando as pessoas não observam por mais tempo, se sentirem que o fizeram, as imagens tornam-se mais memoráveis. Isso indica um fator desconhecido que influencia ambos os aspectos. 

Ainda é incerto por que o processamento rápido afeta a percepção do tempo. Futuras pesquisas poderão explorar isso por meio de exames cerebrais ou estimulação neural. 

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Uma teoria é que o cérebro pode desacelerar o tempo para absorver mais informações em situações de alta carga cognitiva.

Esse fenômeno pode variar de leve, como ao ver uma imagem marcante, a extremo, como em experiências intensas onde o tempo parece parar.

O coautor do estudo, Martin Wiener, neurocientista cognitivo da Universidade George Mason, localizada em Fairfax, Virgínia, destaca que há mais de cinco décadas é reconhecido que elementos apresentados objetivamente por períodos prolongados em uma tela tendem a ser melhor lembrados. 

Ele ressalta que a pesquisa atual é pioneira ao demonstrar que períodos de tempo percebidos subjetivamente como mais extensos também são mais eficazmente memorizados.

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