No geral, os animais de estimação são companhias afetivas dos seres humanos, mas existem pessoas que não querem ter cachorros ou gatos nessa posição, porque preferem espécies mais exóticas. Neste sentido, existe uma dúvida sobre o que a legislação brasileira e o Ibama diz sobre ter uma cobra de estimação, por exemplo.
Por definição, cobra é uma denominação genérica utilizada para referir-se aos répteis ofídios da subordem serpentes ou ophidia. Desse modo, engloba uma série de gêneros distintos dentro de um mesmo grupo, desde as corais até as najas e jiboias. Saiba mais informações a seguir:
Posso ter uma cobra de estimação?
Basicamente, ter uma cobra como animal de estimação é uma atividade permitida no país desde 1997, desde que não sejam venenosas. Além disso, é necessário que os criadores tenham autorizações e registros formais no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
As espécies peçonhentas podem ser mantidas em locais habilitados, como centros de pesquisa ou instituições que criam esses animais para fins comerciais na indústria farmacêutica. Portanto, importas serpentes cujas espécies são desconhecidas no país conta como crime de tráfico de animais silvestres.
Mais ainda, implica em uma série de riscos para as pessoas caso sejam picadas, pois não existem soros antiofídicos dessas espécies manipulados no Brasil para prestar socorro. A obtenção de cobras de estimação deve ser realizada em locais autorizados pelo Ibama, e precisam partir de criadouros legais.
A compra é realizada por meio de um protocolo que garanta a segurança do dono no manuseio dos animais. Ademais, deve-se adotar uma série de medidas para manter o ambiente adequado, a fim de garantir que o animal não vai sofrer nenhum tipo de abuso ou maltrato.
Comumente, as cobras compradas em criadouros autorizados acompanham um microchip utilizado por órgãos de controle na fiscalização. Em todos os casos, o Ibama autoriza que os cidadãos tenham posse de espécies não-peçonhentas, como a jiboia, píton da india, falsa coral, gopher, cobra milho e piton real.
Como cuidar de uma cobra de estimação?
Antes de mais nada, é fundamental conhecer profundamente sobre a espécie que está comprando como cobra de estimação. Dessa forma, a pesquisa deve contemplar os hábitos, alimentação, ambiente ideal e outras características que garantam a sobrevivência do animal.
Caso seja a sua primeira experiência com esse tipo de réptil, indica-se cobrar uma cobra menor e mais dócil, que coma com menos frequência e produza menos excrementos. Nessa etapa, deve-se considerar o tamanho do animal em suas diferentes fases da vida, pois poderá ser necessário ter um espaço maior para abrigá-la.
As jiboias, por exemplo, tendem a atingir 4 metros de largura quanto estão adultas, pesando 30 quilos e vivendo por cerca de 30 anos. Com base nessas informações, é possível organizar um orçamento dos gastos necessários para manter uma cobra de estimação.
Em média, criar esse tipo de animal demanda um investimento entre R$ 1,5 mil e R$ 4 mil, sem considerar os gastos com terrário, alimentação e saúde. A partir desse cenário, existem algumas dicas para manter o seu ofídio pessoal em boas condições de vida:
1) Tenha um ambiente adequado
Em resumo, as serpentes são répteis de sangue frio, e por isso não conseguem lidar com temperaturas abaixo de 24 °C. Por conta disso, necessitam de um terrário aquecido propriamente, mas não basta ser um espaço de vidro.
O crescimento saudável depende da interação do organismo desses animais com o ambiente. Como consequência, é importante ter um solo correto e elementos como madeira, plantas, rochas e água em proporção ao tamanho e necessidades da espécie escolhida.
2) Cuide da alimentação
Geralmente, as cobras se alimentam uma vez por semana de espécies pequenas, como ratos, camundongos, coelhos ou aves de pequeno porte. Os donos podem oferecer os animais mortos, mas também é possível comprá-los vivos na internet ou congelados em centros comerciais especializados.
3) Visite o veterinário com frequência
A indicação dos especialistas é que as cobras passem por análises veterinárias duas vezes ao no, ou sempre que houver algo errado. Dessa maneira, conhecer melhor as características da espécie é fundamental para identificar as necessidades, em especial nos casos de adoecimento.