É possível que alguém fique viciado em amor? Confira o estudo

Pesquisadores de Oxford revisaram 60 anos de estudos sobre o assunto e chegaram a uma descoberta incrível sobre a relação entre amor e vício.

Muitas pessoas descrevem o amor como uma “droga” que nos leva a cometer certas loucuras que jamais passariam por nossas cabeças se não fôssemos invadidos por esse sentimento tão profundo.

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Além disso, devemos lembrar que o amor é pura química. Quando nos apaixonamos liberamos dopamina, serotonina e oxitocina em abundância. Esses hormônios são responsáveis ​​por aquela sensação de excitação e energia que nos deixa felizes. Mas, da mesma forma que acontece com uma pessoa que usa drogas por um longo período de tempo, o corpo tende a se acostumar.

Quando esse ponto é alcançado, muitas pessoas interpretam como uma perda de amor pelo outro, mas o que realmente acontece é que os receptores neurais se acostumaram com esse excesso de fluxo químico e precisam aumentar a “droga” para continuar sentindo o amor de maneira intensa.

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Diante dessa oscilação natural em relação ao amor, uma equipe de pesquisadores do Centro de Neuroética da Universidade de Oxford fez uma revisão de todos os estudos científicos sobre amor e vício realizados entre 1956 e 2016.

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Suas conclusões foram publicadas na revista Filosofia, Psiquiatria e Psicologia (Philosophy, Psychiatry & Psychology) e divulgada pelo site IFLScience.

O amor pode mesmo ser viciante?

Como visto anteriormente, uma das substâncias cerebrais liberadas quando alguém se apaixona é a dopamina. Esse neurotransmissor é conhecido por participar ativamente da produção da sensação de prazer em um processo guiado por mecanismos de recompensa.

Esses mecanismos são ativados de forma exagerada em pessoas viciadas, causando-lhes a necessidade urgente de repetir as ações originárias do seu vício para reviver aquela sensação de prazer.

Muitos dos estudos analisados ​​nesta investigação mostraram que o amor gera esses desequilíbrios nos sistemas de recompensa, portanto, pode sim ser concebido como causador de dependência.

Dois tipos de dependência

Segundo os pesquisadores responsáveis ​​pelo estudo, esse vício pode ser considerado de dois tipos, dependendo do grau de “gravidade”.

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Por um lado, há pessoas que experimentam tal sensação de prazer que não conseguem ficar solteiras e, quando finalmente conseguem encontrar um parceiro após uma separação, começam a desenvolver comportamentos obsessivos que podem levar a abusos e até acabar em tragédia.

Este grau de dependência cria uma deterioração social muito semelhante à dos toxicodependentes de substâncias de abuso e deve ser tratada, não só para o seu bem-estar, mas também para o dos seus parceiros.

Por outro lado, há pessoas que não ficam obcecadas, mas possuem uma grande necessidade de se relacionar, por isso sofrem ainda mais com separações e até permanecem por muito tempo em relacionamentos muito tóxicos para não voltar a solteirice.

Conclusões do estudo

Conforme os pesquisadores, as pessoas cujas vidas são afetadas negativamente pelo amor devem ter oportunidades de apoio e tratamento. Um sintoma comum de que algo está errado é a depressão, que pode ser superada com terapia e tratamento medicamentoso.

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Além disso, eles reforçam que para se aproveitar de todos os benefícios do amor, ele deve ser saudável e gratuito. Nesse sentido, a chave é encontrar o equilíbrio para alcançar um estado ideal que implica um compromisso com o crescimento mútuo e a plena satisfação dos envolvidos.

Por fim, os autores concluem que a ideia de que uma pessoa pode ser viciada em amor é um tanto polêmica porque é difícil aplicar os termos ‘vício’ e ‘amor’ quando cada pessoa tem sua própria concepção do que é vício e do que é amor. Dessa forma, são necessários outros estudos para investigar mais a fundo essa relação.

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