A questão sobre a frequência ideal de treinamento na academia é uma dúvida comum para muitas pessoas. Recentemente, um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Edith Cowan (ECU) na Austrália, em colaboração com as Universidades Niigata e Nishi Kyushu, no Japão, trouxe novas evidências que podem ajudar a responder a essa pergunta de maneira mais embasada.
De acordo com os achados publicados no Scandinavian Journal of Medicine and Science in Sport, a prática de atividade física com maior frequência parece ser a mais benéfica, pelo menos quando se trata de treinamento muscular.
Como o estudo foi feito?
A pesquisa se baseou em um relatório de treinamento que envolveu três equipes, todas realizando um exercício de braços ao longo de quatro semanas. O treino consistia em “contrações voluntárias máximas excêntricas do bíceps”, que são aquelas que ocorrem quando um músculo é alongado.
Nesse sentido, os participantes foram divididos da seguinte forma:
- O primeiro grupo realizou seis contrações por dia, cinco vezes por semana (6×5);
- O segundo fez 30 contrações em um único dia, uma vez por semana (30×1);
- O terceiro executou apenas seis contrações uma vez por semana.
Após o período estipulado, a turma que realizou 30 contrações em um único dia não apresentou aumento significativo na força muscular, embora a espessura muscular tenha aumentado em 5,8%. Já o grupo que realizou apenas seis contrações uma vez por semana não mostrou alterações na força ou espessura muscular.
No entanto, os indivíduos que fizeram seis contrações por dia, cinco vezes por semana (grupo 6×5), obteve aumentos significativos na força muscular, superiores a 10%, além de um aumento na espessura muscular similar a equipe 30×1.
Qual é a frequência ideal na academia?
De acordo com Ken Nosaka, professor de Ciências do Esporte e do Exercício na ECU, os resultados sugerem que quantidades moderadas de atividade física realizadas regularmente podem ter um efeito real na melhoria da força muscular. Ele destacou que o treinamento não precisa ser excessivamente longo ou intenso, mas sim consistente.
Embora o estudo tenha se concentrado em uma modalidade específica, o professor Nosaka acredita que resultados semelhantes podem ser aplicáveis a outros treinos. Além disso, enfatizou a importância do descanso para a recuperação muscular, apesar dos músculos parecerem se beneficiar da estimulação frequente.
Por fim, as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendam pelo menos 150 a 300 minutos de atividade aeróbica moderada a vigorosa semanal para adultos, bem como exercícios de fortalecimento muscular pelo menos duas vezes por semana.
