Conheça o mamífero mais raro do mundo que está prestes a ser extinto

O mamífero mais raro do mundo está criticamente ameaçado, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais.

Quando se fala de animais que vivem no fundo do oceano, pensa-se instantaneamente em tubarões, golfinhos, baleias ou peixes. No entanto, existem muitas outras espécies marinhas que estão em perigo de extinção, entre elas, o mamífero mais raro do mundo.

Segundo a Comissão Baleeira Internacional, apenas 28 anos depois de ter sido descoberta, a espécie já estava classificada como “vulnerável” na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN). Além disso, desde 1996 é considerada “criticamente em perigo”.

Qual é o mamífero mais raro do mundo?

A vaquita-marinha (Phocoena sinus), também chamada de toninha-do-golfo, boto-do-pacífico ou cochito, é uma espécie endêmica das águas do norte do Golfo da Califórnia ou do Mar de Cortez, o que significa que só vive lá.

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A principal ameaça para este animal é a pesca ilegal e a colisão fatal com barcos que frequentam o lugar. As embarcações invadem a região em busca de outros peixes, como a totoaba, que é vendida a US$ 45 mil por quilo.

Em 1997, a população das vaquitas era de 600 exemplares, mas desde então sofreu uma drástica redução. Hoje, estima-se que existam apenas 10 exemplares.

Características da espécie

A vaquita, o menor dos botos e de todos os cetáceos, tem um corpo robusto com nadadeiras longas e côncavas na parte anterior, além de uma nadadeira dorsal alta, triangular e ligeiramente falcada.

Sua cabeça é arredondada, o focinho curto, a coloração do dorso é cinza-escuro, os flancos são cinza-claro e o ventre é branco. Além disso, destacam-se as manchas pretas ao redor dos olhos e lábios, formando uma linha fina que se estende da boca às nadadeiras peitorais.

Sua dieta é baseada principalmente em lulas e pequenos peixes, como a curvinita, o peixe-sapo, o peixe-grunhido, a anchova e a corvina, que são abundantes no Alto Golfo da Califórnia.

A espécie atinge a maturidade sexual aos seis anos, acasalando entre abril e junho, a cada dois anos ou mais. A fertilidade é relativamente baixa, pois possuem ciclos reprodutivos sazonais, com período de gestação de 10 a 11 meses; e nascimentos entre o final de fevereiro e o início de abril, dando à luz um único filhote. Já a amamentação dura de 8 a 10 meses.

Durante toda a sua vida, estima-se que uma fêmea possa ter entre 5 e 7 descendentes. Esta baixa taxa reprodutiva é um dos fatores que estão sendo levados em conta para propor ações de conservação.

Perigo de extinção

O destino das vaquitas está fortemente ligado ao peixe totoaba, semelhante ao robalo e cobiçado na China devido à crença em seus benefícios medicinais. Com efeito, a pesca ilegal da totoaba, controlada pelo crime organizado, ameaça estes pequenos cetáceos, que frequentemente ficam presos em redes de pesca, sendo vítimas indiretas.

A degradação do habitat e a poluição também afetam sua sobrevivência. Vários esforços de conservação, como proibições de redes de pesca e áreas de refúgio, foram implementados para proteger essas espécies.

Existe ainda um Comitê Internacional para a Recuperação da Vaquita e um santuário para este mamífero aquático. Entretanto, algumas organizações ambientais afirmam que os esforços atuais para salvar o animal da extinção podem ser tardios e insuficientes.

Por fim, especialistas enfatizam que é preciso um compromisso radical por parte das autoridades mexicanas, dos EUA e, principalmente, da China, para controlar a pesca e o comércio da totoaba.