Ciência descobre animal que tem 20 braços e vive na Antártida

Essa criatura exótica encontrada na Antártida habita profundidades entre 66 e 1,1 mil metros e seus braços podem medir até 20 centímetros de comprimento.

Nossos oceanos guardam segredos que rivalizam com os mais fantásticos universos da ficção científica, e uma nova descoberta na Antártida comprova isso.

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Cientistas encontraram uma criatura marinha enigmática, com 20 braços adaptados para se agarrar ao fundo do mar.

Ela habita profundidades entre 66 e 1.170 metros, desafiando nossa compreensão sobre a vida nas águas geladas do planeta. Os detalhes do estudo foram publicados na revista “Invertebrate Systematics“.

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Características do animal de 20 braços encontrado na Antártida

Qual é o animal com mais braços, qual é o animal que tem na cédula de 20, qual é o animal que tem 20 pernas, que animal é encontrado na Antártica.

Animal de 20 braços é a estrela-de-pena-de-morango-da-antártida, do gênero Promachocrinus, da classe dos crinoides. Foto: Reprodução / Pixabay

Batizado cientificamente como Promachocrinus fragarius e apelidado de “estrela-de-pena-de-morango-da-antártida” devido ao formato singular de seu corpo, este animal pertence à classe Crinoidea, que engloba equinodermos como estrelas-do-mar e ouriços-do-mar.

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Seus numerosos apêndices, alguns descritos como irregulares e outros plumosos, podem atingir até 20 centímetros de comprimento, conferindo-lhe uma aparência notável e auxiliando em sua locomoção no fundo do oceano.

O nome “fragarius” tem origem na palavra latina “fragum“, que significa morango, uma alusão clara à pequena protuberância no ápice dos braços da criatura que se assemelha à fruta.

As saliências circulares no corpo representam os pontos de fixação dos cirros, estruturas menores e semelhantes a tentáculos que normalmente se projetam da base.

Anteriormente, acreditava-se que o gênero Promachocrinus contava com apenas uma espécie conhecida (Promachocrinus kerguelensis).

Porém, durante expedições de pesquisa no Oceano Antártico, entre 2008 e 2017, uma equipe de cientistas descobriu não apenas o Promachocrinus fragarius, mas também outras três novas espécies desse grupo.

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Entenda mais sobre os crinoides

Um crinoide é um animal marinho pertencente ao filo Echinodermata, o mesmo filo das estrelas-do-mar, ouriços-do-mar, bolachas-da-praia e pepinos-do-mar. Eles compõem a classe Crinoidea.

Frequentemente chamados de “lírios-do-mar” devido à sua aparência, muitos crinoides possuem um corpo em forma de cálice (teca), do qual partem braços ramificados e plumosos. Esses braços são cobertos por pequenos apêndices chamados pínulas.

Existem dois tipos principais de crinoides vivos:

  • Crinoides pedunculados: fixam-se ao substrato marinho por meio de uma haste ou pedúnculo. Essa forma é mais comum no registro fóssil e em águas mais profundas atualmente;
  • Crinoides não pedunculados (estrelas-de-pena): não possuem pedúnculo na fase adulta e são capazes de se mover livremente, rastejando ou nadando lentamente usando seus braços. São mais encontrados em águas rasas, especialmente em recifes de coral.

Longa história evolutiva

Os crinoides são animais muito antigos, com um extenso registro fóssil que remonta ao Cambriano médio, há cerca de 530 milhões de anos.

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Eles foram extremamente abundantes durante o Paleozoico e o Mesozoico, formando até mesmo rochas calcárias compostas principalmente por seus restos (encrinitos).

Atualmente, existem algumas centenas de espécies vivas, habitando todos os oceanos, desde a zona entremarés até profundidades abissais de mais de 6.000 metros.

A alimentação desses animais é por filtração. Eles estendem seus braços e pínulas na corrente de água para capturar plâncton e partículas orgânicas em suspensão.

Pequenos pés tubulares (pódios) cobertos de muco nas pínulas retêm o alimento, que é então transportado por cílios ao longo de sulcos nos braços até a boca, localizada na parte superior do cálice.

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