Calor extremo pode tornar partes da Terra inabitáveis, aponta estudo

Segundo uma pesquisa, a "habitabilidade" de certas regiões da Terra poderia estar em perigo devido ao calor extremo e a umidade.

Cada vez mais lugares ao redor do planeta têm testemunhado um aumento significativo nos registros de calor extremo. Somente neste ano, a cidade chinesa Sanbao no noroeste do país atingiu 52°C, conforme a imprensa local.

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Já nas ilhas da Sicília e da Sardenha, no sul da Itália, os termômetros atingiram os 48°C. No Japão, as autoridades emitiram um “alerta de insolação”, enquanto no sul dos Estados Unidos, as frequentes ondas de calor afetam a saúde humana, a produção de alimentos e a vida selvagem.

E este cenário pode piorar num futuro não muito distante, de acordo com um estudo realizado por pesquisadores de instituições como a Universidade Estadual da Pensilvânia e a Universidade de Purdue.

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Desde o início da era industrial, as temperaturas globais aumentaram aproximadamente 1 °C. A equipe de investigadores modelou variações entre 1,5 °C e 4 °C (considerado o pior cenário) para identificar áreas do planeta onde o aquecimento levaria a níveis de calor que excederiam os limites humanos.

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Os especialistas descobriram que as regiões mais vulneráveis ​​estão nos trópicos e subtrópicos, onde já é normalmente quente.

Com isso, os 200 milhões de residentes do Paquistão e do Vale do Rio Indo na Índia, os mil milhões de pessoas que vivem no leste da China e os 800 milhões de residentes da África Subsariana poderão lidar com temperaturas que excedem a tolerância humana.

Risco à saúde

Em condições de calor e umidade extremos, o corpo pode falhar em regular sua temperatura, levando à exaustão, insolação e até mesmo problemas cardiovasculares, particularmente em pessoas vulneráveis.

A umidade elevada, próxima de 100%, pode dificultar o resfriamento, tornando ineficaz o processo de transpiração, sobretudo quando associada a atividade metabólica intensa.

Com o aumento das ondas de calor decorrente do aquecimento global, os limites da capacidade de regulação corporal estão sendo ultrapassados, tornando esses eventos mais frequentes, intensos e prolongados.

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Além disso, a mortalidade e morbidade associadas a estes fenômenos já são evidentes em várias regiões, inclusive na Europa, mesmo com temperaturas abaixo dos limites considerados críticos.

Alerta climático

Diante dessa realidade, os cientistas ressaltam a necessidade urgente de medidas para mitigar e limitar os efeitos do calor extremo, independentemente de ultrapassar esses limites estabelecidos.

“Em todo o mundo, as estratégias oficiais de adaptação climática centram-se exclusivamente na temperatura. Mas esta pesquisa mostra que o calor úmido será uma ameaça muito maior do que o calor seco. Os governos e os decisores políticos devem reavaliar a eficácia das estratégias de mitigação do problema para investir em programas que abordem os maiores perigos que as pessoas enfrentarão”, enfatiza Qinqin Kong, coautor do trabalho.

Ano mais quente da história

O ano de 2023 foi previsto pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (em inglês: National Oceanic and Atmospheric Administration – NOAA) dos Estados Unidos como o mais quente já registrado globalmente, com uma probabilidade superior a 99%.

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A NOAA comunicou essa informação após um mês de setembro com temperaturas recordes no hemisfério norte. Setembro foi o período mais quente em 174 anos de análises globais realizadas pela organização, enquanto o Observatório Europeu Copernicus confirmou o mesmo registro no início de outubro.

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