Todos nós queremos melhorar nosso foco e atenção quando estudamos. Os concurseiros, em particular, podem precisar se atualizar e revisar vários conteúdos, então um empurrãozinho nunca é demais. Mas, tomar café ajuda ou atrapalha a concentração?
Em suma, o consumo de cafeína como auxílio ao estudo dispensa apresentações. Porém, é sempre bom saber como as coisas funcionam e, obviamente, existe uma forma correta de aproveitá-la para esse fim. Continue lendo e entenda a seguir.
Como a cafeína funciona?
A cafeína bloqueia a absorção de adenosina, um neurotransmissor que nos causa sensação de cansaço. Pela manhã, as enzimas metabolizam naturalmente a adenosina, tornando-nos mais despertos.
Conforme o dia avança, os níveis desse neuromodulador aumentam. Assim, a cafeína bloqueia os receptores A1 no cérebro, reduzindo os sinais de cansaço. Também bloqueia os receptores A2A, estimulando dopamina e glutamato, substâncias que promovem sensações prazerosas.
Esses efeitos combinados sustentam a atenção e um estado mental positivo. No entanto, ao estimular a dopamina, ela pode levar à tolerância e dependência.
Café atrapalha a concentração?
Um estudo recente realizado por pesquisadores da Universidade do Minho em Portugal investigou a atividade cerebral de consumidores e não consumidores de café usando imagens de ressonância magnética. Os resultados revelaram que os bebedores frequentes exibiram uma menor conectividade em certas regiões do cérebro associadas ao controle motor e níveis de alerta.
Além disso, a pesquisa observou uma atividade cerebral dinâmica em áreas relacionadas à concentração, aprendizado e memória, tanto em consumidores quanto em não consumidores de café, após o consumo de uma xícara da bebida.
A investigação também discutiu a dosagem de substância, destacando que uma dose de 160 a 600 mg de cafeína pode melhorar a vigilância mental, acelerar o pensamento e a memória. Uma xícara de café de 240 ml contém cerca de 96 mg desse composto.
Efeitos colaterais
Contudo, especialistas recomendam não ultrapassar 400 mg de cafeína por dia. Isso equivale a 1 ou 2 xícaras de café. Alguns dos possíveis efeitos do excesso dessa substância incluem:
- Tensão;
- Nervosismo;
- Atordoamento;
- Tremores;
- Dificuldade para dormir;
- Taquicardia ou anomalias da frequência cardíaca;
- Aumento da pressão arterial;
- Desidratação.
Por fim, vale recapitular que o consumo moderado de café pode apoiar a saúde cognitiva a longo prazo e ajudar a concentração, até porque seus efeitos no cérebro não se devem apenas à cafeína, mas também aos seus polifenóis e compostos como a trigonelina. Sua ingestão também está associada a um menor risco de desenvolver Parkinson, depressão e Alzheimer.