Brasil tem, oficialmente, uma ave-símbolo; veja qual é a espécie

A ave-símbolo do país é uma espécie que cativa pelo seu canto melodioso e presença na literatura e no imaginário popular brasileiro.

Provavelmente, você não sabia, mas existe uma ave-símbolo do Brasil, um título oficializado por decreto presidencial após muitos debates e controvérsias.

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Originalmente, em 1968, o dia 5 de outubro foi designado como o Dia da Ave pelo governo federal (Decreto n.º 63.234), embora não tenha sido escolhida uma ave específica para representar a ocasião.

Posteriormente, em 3 de outubro de 2002, o presidente Fernando Henrique Cardoso assinou um decreto que finalmente definia a ave que representa a nossa nação. Veja qual é a seguir.

Qual é a ave-símbolo do Brasil?

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No Brasil, a lista atualizada de aves (CBRO 2021) registra 1.971 espécies. Dentre elas, o sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris) foi escolhido como símbolo nacional por várias razões.

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Apesar da competição de outras espécies como a ararajuba (Guaruba guarouba), que é endêmica e ostenta as cores nacionais, o sabiá-laranjeira prevaleceu.

A decisão foi influenciada por fatores culturais, como sua presença em obras artísticas e literárias brasileiras, e pela sua ampla distribuição geográfica no território brasileiro.

Na verdade, esta é uma espécie bem conhecida e observada tanto em áreas rurais quanto urbanas.

Além disso, sua ocorrência se estende além das fronteiras brasileiras, alcançando países vizinhos como Bolívia, Paraguai, Uruguai e Argentina.

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Características da ave

O termo “sabiá” abrange diversas espécies, algumas das quais nem pertencem à mesma família.

No Brasil, o sabiá-laranjeira, membro da família Turdidae e do gênero Turdus, é acompanhado por outras 17 espécies desse gênero, muitas com o nome “sabiá” em sua nomenclatura popular.

O sabiá-laranjeira é uma ave que se destaca pelo seu canto melodioso e pelas suas características físicas únicas.

Medindo aproximadamente 25 centímetros de comprimento, possui uma plumagem parda com exceção da região do ventre, que é realçada por uma cor vermelho-ferrugem, levemente alaranjada, e um bico amarelo-escuro.

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Não apresenta dimorfismo sexual, ou seja, machos e fêmeas são visualmente semelhantes, embora a fêmea cante com menos frequência.

Habitando parques, bordas de florestas, quintais e áreas urbanas arborizadas, o sabiá-laranjeira é um pássaro solitário ou que vive aos pares.

Sua alimentação é variada, incluindo vermes, minhocas e uma variedade de frutas como mamão, banana e amora.

Além disso, esta ave possui uma função importante como dispersora de sementes, contribuindo para a manutenção da biodiversidade dos ecossistemas em que vive.

Importância para a cultura do país

O sabiá-laranjeira é uma ave significativa na cultura brasileira, reconhecida tanto no folclore quanto na cultura erudita.

Acredita-se que seu canto inspira sentimentos poéticos e está associado a lendas de bênçãos de paz, amor e felicidade.

Na literatura, o sabiá-laranjeira é frequentemente simbolizado como mensageiro do amor e da primavera, das origens e das memórias da infância.

Ganhou destaque no poema “Canção do Exílio” de Gonçalves Dias, no seguinte trecho:

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá;

As aves que aqui gorjeiam,

Não gorjeiam como lá.

Na música, está presente em letras de cantores renomados, como Luiz Gonzaga, Chico Buarque e Tom Jobim.

Além disso, autores como Carlos Drummond de Andrade, Patativa do Assaré e Jorge Amado também contribuíram para sua notoriedade artística.

Por fim, vale mencionar que, embora sua vocalização seja apreciada, a criação de animais silvestres em cativeiro é ilegal sem licença do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).

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