Aumenta a chance de asteroide colidir com a Lua em 2032, diz estudo

O asteroide detectado no fim de 2024 não oferece risco direto à Terra, mas a Lua pode estar em sua rota de colisão, de acordo com novos cálculos da NASA.

Um asteroide recém-descoberto e inicialmente considerado uma possível ameaça à Terra agora tem maiores chances de colidir com a Lua em dezembro de 2032. As estimativas foram atualizadas pela NASA com dados do Telescópio Espacial James Webb (JWST).

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Além disso, um novo estudo da Universidade de Western Ontario, submetido ao “Astrophysical Journal Letters“, afirma que o evento poderá criar uma nova cratera lunar visível e lançar meteoritos em direção à Terra, além de afetar satélites em órbita.

Qual asteroide pode atingir a Lua em 2032?

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O impacto do asteroide 2024 YR4 pode lançar milhões de toneladas de detritos lunares na órbita da Terra. Foto: Reprodução / Pixabay

A NASA identificou um aumento na probabilidade de o asteroide 2024 YR4 atingir a Lua em 2032, passando de 3,8% para 4,3%. Observações recentes do James Webb permitiram refinar sua trajetória, reduzindo a margem de incerteza em quase 20%.

Apesar do pequeno aumento no risco, a agência espacial garante que um eventual impacto não afetaria a órbita lunar e que os detritos gerados não representariam perigo para a Terra.

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Descoberto em dezembro de 2024, o asteroide tem entre 53 e 67 metros (equivalente a um prédio de 10 andares) e inicialmente chamou a atenção por seu alto risco de colisão com a Terra, chegando a 3,1% em fevereiro.

No entanto, novos dados orbitais descartaram essa possibilidade, reduzindo a probabilidade para 0,004%. Agora, os cientistas focam no possível impacto lunar, que, mesmo improvável, serve como uma oportunidade considerável para testar estratégias de defesa planetária.

O 2024 YR4 só poderá ser observado novamente em 2028, quando telescópios como o JWST e outros instrumentos terrestres coletarão mais dados sobre sua forma e composição.

Quais seriam as consequências dessa colisão?

A pesquisa conduzida por Paul Wiegert, da Universidade de Western Ontario, no Canadá, aponta que, caso o 2024 YR4 colida com a Lua, o impacto poderá lançar no espaço uma imensa quantidade de detritos (ultrapassando 100 milhões de quilos) que podem se deslocar em direção à Terra.

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As simulações realizadas pelos cientistas indicam que até 10% desse material pode ser puxado pela gravidade terrestre, representando risco para satélites em órbita e proporcionando uma impressionante chuva de meteoros.

Conforme Wiegert, esse seria o maior impacto lunar registrado nos últimos cinco milênios. Ele também comparou a energia liberada pela colisão à de uma explosão nuclear de grande escala.

Chuva de meteoros extraordinária

Fragmentos lunares de pequeno porte, variando de milímetros a centímetros, podem ser ejetados após o impacto de um asteroide na Lua e, posteriormente, atraídos pela gravidade terrestre.

Ao adentrar a atmosfera da Terra, essas partículas se incinerariam, produzindo um fenômeno luminoso.

Embora esses detritos representem pouco risco para a superfície terrestre, o estudo sugere que seu ingresso poderia gerar um espetáculo visual jamais visto no céu noturno.

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Os pesquisadores destacaram no artigo, ainda pendente de revisão por pares: “O evento meteorítico resultante pode se estender por vários dias, com uma exibição impressionante, embora a quantidade de meteoros visíveis seja reduzida devido à baixa velocidade de entrada dos fragmentos lunares.”

Satélites em risco

O estudo também alerta que os detritos espaciais podem colocar os satélites terrestres em risco de colisão com meteoritos perigosos, o que poderia danificar gravemente as redes de comunicação do planeta.

“Um fragmento de apenas um centímetro, deslocando-se a dezenas de milhares de metros por segundo, tem um efeito comparável ao de um projétil”, explicou Wiegert.

Considerando a extensa área de superfície exposta pelos satélites até 2032, é possível que centenas ou até milhares de impactos causados por detritos milimétricos, ejetados após a colisão do asteroide 2024 YR4 com a Lua, atinjam a frota de satélites, conforme a pesquisa.

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