Estávamos convictos de que as ondas de calor haviam chegado ao fim, mas parece que estão apenas começando. Até porque, conforme relatório publicado pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM), o El Niño está no estágio de atingir o seu pico no mundo.
O fenômeno climático ocorre no Oceano Pacífico, sendo o epicentro localizado na região equatorial, mais especificamente ao longo da costa oeste da América do Sul. Ele se desenvolve devido a mudanças nas temperaturas da superfície do mar no Pacífico Tropical.
Os efeitos de El Niño são vastos e variados, influenciando o clima em diferentes partes do mundo. Uma das áreas mais impactadas é a América do Sul, onde frequentemente ocorrem chuvas intensas, inundações e deslizamentos de terra.
Por outro lado, algumas regiões, como a Austrália e o sudeste da Ásia, podem enfrentar condições de seca, afetando a agricultura e a oferta de água. Na América do Norte, o fenômeno pode resultar em invernos mais amenos no norte e no oeste..
Além disso, El Niño está associado a um aumento na atividade de furacões no Oceano Atlântico, o que pode ter consequências devastadoras para as áreas costeiras. Dada a amplitude dos impactos de El Niño, os governos e as comunidades ao redor do mundo estão se mobilizando.
A ideia é de focar em estratégias de adaptação e mitigação. Isso inclui o desenvolvimento de sistemas de alerta precoce para eventos climáticos extremos, práticas agrícolas resistentes à seca e políticas de gestão de recursos hídricos.
Mas, afinal de contas, quando o El Niño vai passar – pelo menos o auge de seus efeitos? Levando para o nosso contexto: até quando as ondas intensas de calor devem durar no Brasil? Em nossa matéria, você confere mais detalhes respeito do assunto com tudo o que já sabemos.
Qual a relação entre aquecimento global e El Niño?
Embora o aquecimento global e o El Niño sejam fenômenos separados, eles estão interligados de maneiras complexas. O aumento das temperaturas globais pode influenciar a intensidade e a frequência dos eventos de El Niño.
O aquecimento da atmosfera e dos oceanos tende a criar condições propícias para eventos de El Niño mais intensos, prolongados e com impactos climáticos mais pronunciados em diferentes partes do mundo.
Pedro Luiz Côrtes, professor titular da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP, informa que o El Niño está sendo intensificado pelas mudanças climáticas, o que acarreta em chuvas mal distribuídas, por exemplo.
“O que nós estamos passando ainda é uma fase de transição, que é chamada fase de neutralidade, que, ao contrário do que possa indicar o nome, não é uma época de clima mais comportado. Na verdade, o clima se comporta de uma maneira muito extrema, nós podemos ter chuvas muito intensas como aconteceu recentemente no Rio Grande do Sul e podemos ter períodos de estiagem”, explicou para o Jornal da USP.
Até quando as ondas de calor devem durar no Brasil?
Pensando de uma maneira mais geral, as ondas intensas de calor e as mudanças recorrentes no clima devem durar pelo menos até maio do ano que vem. É possível que as piores fases ocorram entre novembro de 2023 e janeiro de 2024.
Até porque, de acordo com relatório da OMM, o El Niño está atingindo o seu auge por agora.