Astrônomos descobrem planeta que tem um ‘hemisfério de lava’

O exoplaneta do tamanho da Terra possui um clima extremo, no qual se acredita que um dos seus hemisférios está coberto de lava.

Você já imaginou um planeta que tem um lado permanentemente em chamas e outro congelado no escuro? Essa é a realidade de um corpo celeste recém-descoberto por uma equipe internacional de astrônomos, que orbita uma estrela anã vermelha a cerca de 60 anos-luz de distância da Terra.

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Exoplanetas, também conhecidos como planetas extrassolares, são aqueles encontrados fora do Sistema Solar, mas que gravitam em torno de outra estrela. A primeira evidência possível de um corpo desse tipo foi observada em 1917, mas não foi reconhecida como tal. A confirmação só veio, posteriormente, em 1992.

Como é o planeta que tem um ‘hemisfério de lava’?

O planeta recém-descoberto – HD 63433 d – orbita em torno da estrela HD 63433 (TOI 1726) no sistema planetário HD 63433.

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Ele está bloqueado pelas marés, o que significa que há um lado que está constantemente na escuridão e outro – o lado diurno – que está sempre voltado para a sua estrela, podendo atingir 1260 °C e ser coberto de lava.

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Estas temperaturas escaldantes são comparáveis ​​a mundos como CoRoT-7 b e Kepler-10 b, levando a equipe responsável pela descoberta acreditar que o lado diurno possa ser um “hemisfério de lava”.

Exoplaneta possui o tamanho da Terra

Segundo o comunicado da NASA, o corpo agora avistado é o menor exoplaneta confirmado com menos de 500 milhões de anos e o planeta do tamanho da Terra descoberto mais próximo e jovem, com cerca de 400 milhões de anos.

A estrela deste sistema é uma estrela do tipo G, do mesmo tipo do nosso Sol. No entanto, HD 63433 d orbita muito mais perto da sua estrela do que nós, com um minúsculo "ano" de apenas 4,2 dias terrestres.

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O pequeno tamanho do astro, a sua tenra idade e a proximidade à sua estrela tornam-no um candidato muito interessante para as próximas explorações.

No futuro, os estudos poderão confirmar os resultados e revelar mais informações sobre o “lado obscuro” do planeta, assim como o consequente estado da sua (possível) atmosfera.

A descoberta foi descrita em um novo estudo, aceito para publicação no Astronomical Journal, liderado pelos coautores Benjamin Capistrant e Melinda Soares-Furtado.

A investigação faz parte do TESS Hunt for Young and Maturing Exoplanets, que é um projeto focado na busca de exoplanetas jovens encontrados em grupos móveis, associações estelares ou aglomerados abertos.

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Sobre o TESS

O Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS) é um projeto de telescópio espacial liderado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts para o programa de pequena exploração da NASA.

Sua missão é encontrar exoplanetas que periodicamente bloqueiam parte da luz de suas estrelas hospedeiras, eventos chamados de "trânsitos".

Os cientistas do TESS esperam que este trabalho catalogue milhares de candidatos a planetas e aumente bastante o número atual de exoplanetas conhecidos.

Durante a observação de cada setor do céu, as poderosas câmeras do TESS observam as estrelas mais brilhantes em uma cadência de dois minutos.

O método de trânsito para detectar exoplanetas procura "baixas" na luz visível das estrelas e exige que os astros cruzem na frente das estrelas ao longo de nossa linha de visão até eles.

Quedas periódicas e repetitivas podem revelar um ou vários planetas orbitando uma estrela. Com base na depleção de luz que um planeta causa em sua estrela, é possível determinar o seu tamanho.

Além disso, considerando o tempo da órbita, os cientistas são capazes de determinar a forma que essa trajetória apresenta e quanto tempo leva para que ele circule seu "sol".

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