As unhas são um resquício de ancestrais primatas, feitas de queratina, uma proteína translúcida que também compõe o cabelo. Apesar de não perceberem sensações diretamente e parecerem dispensáveis a olho nu, a verdade é que estas estruturas de queratina nas pontas dos nossos dedos das mãos e pés servem para muitas coisas.
Além disso, o interior da unha é um indicador da presença de doenças sistêmicas, ou seja, doenças cardíacas, pulmonares ou do sistema digestivo, deficiências de vitaminas e problemas de tireoide afetam a estrutura e a cor da unha. Saiba mais sobre essas estruturas e suas funções a seguir.
Estrutura evolutiva do corpo humano
Quando o primeiro Homo sapiens começou a usar ferramentas de pedra, cerca de 2,5 milhões de anos atrás, seus dedos começaram a crescer, ainda mais do que seus predecessores. Isso porque as ferramentas de pedra exigiam um aperto muito firme e forte, algo que apenas as pontas dos dedos podem fornecer.
As descobertas sugerem que, uma vez que começamos a usar ferramentas, não precisamos mais de nossas unhas para certas coisas, então elas mudaram radicalmente.
Após milhares de anos de evolução, e à medida que os humanos pré-históricos se desenvolveram e se tornaram mais sofisticados, as unhas se transformaram em versões menores e mais esteticamente agradáveis.
Para que servem as unhas?
As unhas servem de proteção para os dedos, intervêm no tato, pressão e motricidade fina. Também protegem as falanges facilitando a sensibilidade ao receber um estímulo.
Como as unhas estão localizadas no ponto onde os nervos dos dedos se encontram, a unha e sua dureza contribuem para maior pressão de toque, o que se traduz em maior sensibilidade ao receber estímulos.
Além disso, cumprem uma função emocional (estética e ações como coçar) e ajudam a manipular objetos menores e protegem os dedos contra golpes.
Portanto, se uma pessoa cortasse as unhas de tal forma que não houvesse relevo entre a pele e a parte da unha, sua capacidade de agarrar as coisas com a mão diminuiria significativamente.
Quando elas começam a crescer?
Elas crescem ainda dentro da barriga da mãe. Do ponto de vista embriológico na oitava semana de gestação já se visualizam os dedos, na nona semana aparece o contorno da lâmina.
Por volta da décima semana já se percebe uma área achatada, brilhante e quadrangular, delimitada por um sulco que se forma na pele. Por doze semanas, todas as dobras já são visíveis.
À medida que a unha cresce e se separa da pele, as células realmente morrem, por isso que não dói cortar as unhas.
Que doenças elas podem refletir?
As unhas podem refletir a presença de muitas doenças, como problemas de unhas, doenças de pele ou doenças sistêmicas.
As unhas podem mudar de cor (amareladas, escuras, brancas, verdes), engrossar, quebrar, rachar, apresentar buracos na superfície, tornar-se ásperas, mudar de forma e/ou apresentar alterações no tamanho ou no tecido periungueal (unha encravada, tumores).
Entre as doenças exclusivamente ungueais estão as infecções (por fungos, bactérias ou vírus), alguns tumores (desde verrugas a tumores malignos), pintas e lesões traumáticas (hematomas).
No caso de infecções fúngicas, é muito importante que uma investigação seja realizada por um profissional da saúde antes de iniciar qualquer tratamento. Dentre as dermatoses que apresentam alterações nas unhas, destacam-se:
- Psoríase associada a manchas amareladas conhecidas como manchas de óleo, seu espessamento ou os já mencionados caroços;
- Líquen plano, que pode afetar as unhas e dar-lhes uma forma de “V” ou destruí-las parcial ou totalmente;
- Alopecia areata, geralmente associada a sulcos, unhas quebradiças ou linhas de Beau.
Entre as doenças sistêmicas que podem causar alterações nas unhas, destacam-se:
- Doenças cardíacas ou pulmonares, que podem alterar a forma das unhas e fazer com que pareçam colheres ou baquetas;
- Algumas doenças renais, que podem estar associadas a unhas meio a meio (meio brancas e meio rosadas ou marrons);
- Doenças hepáticas também associadas a alterações de cor.
Por fim, algumas condições genéticas também estão associadas a alterações nas unhas e auxiliam no seu diagnóstico, e alguns medicamentos podem alterar as unhas, como as unhas marrons causadas pela zidovudina.
Caso queira obter mais informações específicas, é importante marcar uma consulta com dermatologia, profissional responsável também pela saúde das unhas. Nosso texto, por sua vez, tem caráter meramente informativo.
Por que é importante cuidar das unhas?
Como fazem parte das mãos, podem facilmente se tornar um ninho para micróbios e bactérias. Por isso, a lavagem das mãos é fundamental para o seu cuidado e manutenção.
Por fim, para cortá-las, devemos usar um cortador de unhas esterilizado, de preferência após o banho, quando estão mais macias e o corte pode ser mais preciso.