Um pequeno roedor australiano, considerado extinto há mais de um século, foi redescoberto em uma ilha na costa da Austrália Ocidental. A espécie, que desapareceu após a chegada dos colonizadores europeus, enfrentou ameaças como desmatamento e predadores introduzidos.
Pesquisadores liderados pela cientista Emily Roycroft, da Universidade Nacional Australiana, confirmaram que o animal é geneticamente idêntico a uma espécie declarada extinta há 164 anos.
O estudo completo foi publicado na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences“.
Rato de Gould foi encontrado em ilha remota australiana

Cientistas descobriram que o rato de Gould, um roedor nativo que acreditava-se estar extinto há mais de 160 anos, ainda vive na Austrália Ocidental. Foto: Reprodução / Pixabay
O rato de Gould (Pseudomys gouldii), um roedor nativo da Austrália considerado extinto há mais de 160 anos, foi redescoberto em ilhas da costa da Austrália Ocidental.
O achado foi feito por cientistas que compararam amostras de DNA de roedores extintos com espécies vivas, revelando que o rato de Gould é geneticamente idêntico ao rato de Shark Bay ou, em tradução livre, “rato da Baía dos Tubarões” (Pseudomys fieldi), ainda encontrado nessas ilhas.
Antes da colonização europeia, o rato de Gould era comum em grande parte do país, mas desapareceu rapidamente após a década de 1840, provavelmente devido à introdução de predadores.
A espécie, que vivia em grupos familiares e construía ninhos em tocas, foi declarada extinta no continente, mas sobreviveu em pequenas ilhas ao largo da costa oeste.
Emily Roycroft ressaltou que o rato de Gould representa um exemplo da alta taxa de extinção de mamíferos no país, onde 41% das espécies nativas desapareceram desde 1788.
Outras espécies que ‘voltaram’ da extinção
1. Tartaruga da Ilha Fernandina 🐢
A tartaruga gigante da Ilha Fernandina (Chelonoidis phantasticus), considerada extinta há mais de um século, foi redescoberta em 2019. Uma fêmea, apelidada de Fernanda, foi encontrada na ilha vulcânica de Galápagos.
Análises genéticas confirmaram que ela pertence à mesma espécie de um espécime coletado em 1906. A descoberta trouxe esperança para a conservação dessa espécie criticamente ameaçada, que agora vive em um centro de reprodução no Parque Nacional de Galápagos.
2. Veado-rato do Vietnã 🦌
O veado-rato do Vietnã (Tragulus versicolor), um pequeno mamífero semelhante a um coelho, foi considerado extinto por 28 anos até ser avistado em 2019.
Câmeras de monitoramento capturaram imagens do animal nas Montanhas Annamese, no Vietnã. A redescoberta foi celebrada como um marco na conservação, destacando a importância de proteger habitats remotos e pouco explorados.
3. Equidna de bico longo de Attenborough 🦔
A equidna de bico longo de Attenborough (Zaglossus attenboroughi), um mamífero que põe ovos, foi vista pela última vez em 1961. Em 2023, uma expedição nas Montanhas Cyclops, na Indonésia, capturou imagens do animal usando armadilhas fotográficas.
4. Abelha gigante de Wallace 🐝
A abelha gigante de Wallace (Megachile pluto), a maior do mundo, foi redescoberta em 2019 nas Ilhas Molucas, na Indonésia. Considerada extinta desde 1981, a espécie foi encontrada em um ninho de cupins.
Com mais de seis centímetros de envergadura, essa abelha impressionante é um símbolo da biodiversidade única da região e da importância de proteger habitats ameaçados.
5. Anta-brasileira 🐗
A anta-brasileira (Tapirus terrestris), considerada extinta no estado do Rio de Janeiro há 110 anos, foi avistada novamente em 2024 no Parque Estadual do Cunhambebe.
Uma família de antas foi registrada, indicando que a espécie está retornando de forma espontânea à região. Esse retorno é um sinal positivo para a recuperação da Mata Atlântica e demonstra a importância de proteger corredores ecológicos e habitats naturais.