O Brasil teve diversas moedas oficiais no decorrer da sua história. O dinheiro foi introduzido em nosso país durante o período colonial pelos portugueses e passou por várias transformações até a adoção do Real em 1994.
A troca de padrão monetário é uma estratégia para combater a inflação, reiniciar a política financeira e restaurar a confiança na economia. Dito isso, confira abaixo todas as moedas que já circularam no território brasileiro.
Moedas oficiais do Brasil
1. Réis (do período colonial a 1942)
Por um longo período, a economia brasileira foi sustentada pelo sistema de escambo, onde até mesmo o açúcar servia como moeda de troca.
Com a chegada dos colonizadores, o Brasil adotou sua primeira moeda oficial, o Réis, que circulou durante o período colonial, a Independência e parte da República, até 1942.
2. Cruzeiro (de 1942 a 1967)
O Cruzeiro surgiu para padronizar o dinheiro no Brasil, substituindo as 56 variantes de cédulas existentes.
As primeiras notas emitidas foram de 10, 20, 50, 100, 200, 500 e 1000 Cruzeiros. Devido à escassez de recursos, notas de 1 e 2 Cruzeiros foram introduzidas mais tarde.
A inflação galopante dos anos 60 levou ao fim do Cruzeiro, apesar de ter sido a primeira moeda impressa no país, em 1961.
Em 1967, com a inflação a 25%, o Cruzeiro foi substituído após uma reforma que igualou 1 Cruzeiro a mil Réis.
3. Cruzeiro Novo (de 1967 a 1970)
O Cruzeiro Novo foi uma resposta à inflação, valendo Cr$ 1.000 do antigo Cruzeiro. Serviu como uma medida temporária até que novas notas fossem impressas, com as antigas sendo carimbadas e recirculadas sem os três zeros.
Três anos depois, o Cruzeiro Novo foi descontinuado, e o Brasil voltou a usar apenas o nome Cruzeiro.
4. Cruzeiro (de 1970 a 1986)
O Cruzeiro Novo foi renomeado para Cruzeiro, numa tentativa de restaurar a confiança na moeda, que se manteve por mais 16 anos. Contudo, a inflação dos anos 80 acabou por vencer a moeda.
5. Cruzado (de 1986 a 1989)
O Cruzado substituiu o Cruzeiro como parte do Plano Cruzado do governo Sarney, visando combater a inflação e melhorar o poder de compra.
As cédulas de Cruzeiro foram temporariamente carimbadas com o novo valor em Cruzados, onde mil Cruzeiros valiam 1 Cruzado (Cr$ 1 000 = Cz$ 1).
6. Cruzado Novo (de 1989 a 1990)
O Cruzado Novo veio após o Cruzado, na segunda reforma monetária do governo Sarney, devido à persistente alta inflação.
Em 16 de janeiro de 1989, mil Cruzados foram convertidos em 1 Cruzado Novo (Cz$ 1 000 = NcZ$ 1), com as notas recebendo carimbos temporários até a emissão de novas cédulas.
7. Cruzeiro (de 1990 a 1993)
A moeda Cruzeiro foi reintroduzida, mantendo o nome anterior. A estratégia governamental de remover três zeros da moeda, sem mudanças significativas na política fiscal, foi repetida apesar de experiências passadas indicarem sua ineficácia.
Um ano após a introdução do Cruzeiro, o governo emitiu notas de 10.000, 50.000 e 500.000. Planos para notas de 1.000.000 e 5.000.000 foram feitos, mas nunca implementados.
8. Cruzeiro Real (de 1993 a 1994)
Em resposta à inflação persistente, o Cruzeiro Real foi introduzido em agosto de 1993 pelo governo de Itamar Franco, substituindo o Cruzeiro. Com a mudança, mil Cruzeiros foram convertidos em 1 Cruzeiro Real.
9. Real (de 1994 aos dias atuais)
Em 1994, o Real foi lançado pelo governo de Itamar Franco, com Fernando Henrique Cardoso como ministro, visando estabelecer uma moeda forte e controlar a inflação.
O Plano Real foi fundamental para a estabilização da inflação no Brasil e é estudado mundialmente como um caso de sucesso em política monetária.
O Real foi introduzido em 1º de julho de 1994, com 2.750 Cruzeiros Reais equivalendo a uma Unidade Real de Valor (URV), que por sua vez correspondia a 1 Real. Esta moeda continua em vigor até hoje.