Afinal, qual era o som que os dinossauros realmente emitiam?

Os pesquisadores esperam obter pistas sobre os sons produzidos pelos dinossauros estudando a forma dos fósseis, mas pouco foi descoberto sobre este assunto até agora.

Nos filmes da saga Jurassic Park, os dinossauros aparecem como criaturas aterrorizantes e com rugidos assustadores. Mas a ciência aponta que o som real nada tem a ver com o que se ouve nas telinhas.

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Em suma, é difícil saber como era o som dos dinossauros, já que os fósseis encontrados não fornecem elementos para estudá-lo. Mas a ciência dá uma pista real sobre isso: os descendentes atuais, especificamente aves e jacarés.

Nesse sentido, a primeira coisa a saber é que os dinossauros não rugiam. Antes de tudo, vamos esclarecer que “rugido” é um termo amplamente utilizado e nem sempre usado corretamente. O que se conhece formalmente como rugido consiste em um tipo de vocalização produzida em grande parte graças às cordas vocais presentes na laringe dos mamíferos.

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Agora, sabemos que os dinossauros não são nada parecidos com os mamíferos. Eles pertencem a um grupo muito distinto conhecido como arcossauros (Archosauria), que hoje é representado por crocodilos e pássaros.

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Pelo que se viu, a laringe dos arcossauros não contém cordas vocais, o que inibe a capacidade de rugir, berrar, grunhir e emitir os sons que costumamos ouvir nos mamíferos. E partindo dessa premissa, o mais lógico é que os dinossauros também não poderiam emitir esse tipo de vocalização.

O que a ciência diz sobre a vocalização dos dinossauros?

Um estudo publicado na Revista Nature revelou que os dinossauros não teriam a capacidade de serem vocalmente agressivos e em vez dos rugidos gigantescos a que estamos habituados, o som teria sido mais parecido com o arrulhar de um pássaro.

Quando se trata de vocalização, os humanos e a maioria dos animais terrestres possuem laringe, uma estrutura cartilaginosa na garganta que produz som pela boca, resultando em rugidos, miados, fala, etc. No entanto, os pássaros (o parente vivo mais próximo dos dinossauros) têm algo chamado siringe, um órgão único que fica perto do coração.

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Desse modo, a equipe de paleontólogos estudou e comparou centenas de restos fósseis encontrados até o momento e concluiu que, embora existissem estruturas ósseas que poderiam se assemelhar a uma laringe, é mais provável que a maioria tivesse uma siringe.

Além disso, embora haja evidências de que os dinossauros usavam a linguagem corporal para se comunicar, também é sabido que alguns tinham um sistema auditivo altamente desenvolvido e vários estudos sugerem que, em alguns casos, isso permitia a detecção de sons imperceptíveis ao ouvido humano. Como se não bastasse, isso ainda é visto nas aves de hoje.

Como são feitos os estudos sobre os sons dos dinossauros?

Com a modernidade, ferramentas digitais cada vez mais sofisticadas tornaram possível fazer esse tipo de análise aprofundada em muito mais espécimes. Assim, desde 2008, Lawrence Witmer, da Universidade de Ohio, e sua equipe usam tomografias computadorizadas, juntamente com modelos de mecânica de fluidos, para avaliar a produção de som em várias espécies de dinossauros.

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Eles descobriram que os crânios de muitos deles continham câmaras complexas. O fluxo de ar por esses espaços, apesar de complicado, teria ajudado a regular a temperatura corporal, mas também poderia permitir que os animais produzissem uma ampla gama de sons parecidos com os que são emitidos por instrumentos musicais como trombones, gaitas de fole e trompetes.

No entanto, alguns dinossauros provavelmente eram um pouco menos vocais do que frequentemente retratados. Por fim, o som também variava de acordo com a espécie, o tamanho e a estrutura corporal de cada dinossauro.

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